Últimas horas juntos(ou não)

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No dia seguinte
Pov' Julia

Mau consegui dormir pensando no que devo fazer, por enquanto não posso e nem quero voltar para casa mas ficar na casa de um estranho também não é uma boa opção. Decido por fim pedir ajuda das minhas anjas: Lua e Geiza.
Pego meu celular e antes que eu envie minha localização e a frase "me busquem", alguém bate na porta e abre lentamente.

_Acordada?_ Pergunta ele meio aprensivo em entrar mas ao me ver encará-lo adentra o quarto._ Eu só vim avisar que o doutor que te atendeu da outra vez vai chegar daqui a pouco e hoje te levo no hospital para resolver todo esse problema que causei.

_Não poderia ser outra pessoa a me levar para o hospital? _Ele para e pensa por alguns segundo, suspira e diz

_Não, eu que comecei e me enrolei nesse problema todo e quero encara-lo de frente, terá que suportar minha presença nessas horas._ Olho para a janela e vejo um deslumbre de um carro entre as frestas do portão, desvio o olhar para a mensagem ainda sem enviar, a apago e o encaro novamente

_Espero nunca mais te ver na minha vida_Ele sorri sutilmente e sai do quarto sem fechar a porta, em seguida entra a enfermeira e me serve um copo d'água.

Depois de ser atendida pelo doutor Diogo, o loirão entra e me olha pedindo permissão para me carregar, como se da vez que me trouxe igual saco de cimento pediu..
Penso em pedir ajuda para o doutor mas ele conversa com a enfermeira fora do quarto, deixo minha temosia de lado e ele me carrega até o carro, a enfermeira abre a porta do passageiro e ele me coloca com todo cuidado que não teve naquele dia.

Seguimos o caminho em silêncio, ele e eu estavam em um carro enquanto os outros dois iam logo atrás de nós no outro carro.

Depois de todos exames, nada mais grave se adicionava aos meus atuais problemas fisicos, não será necessário cirurgia, mas terei que usar um gesso enorme na canela e muletas para me apoiar obviamente.

_Então Julia, terá que usar esse gesso pelo menos por 12 semanas, mas tenha todo o cuidado e repouso necessário até lá, nada de molhar ele também._ Como será esse tempo tomando banho, só quero ver.. tudo por culpa de quem..._Receitarei analgésicos para dor, você terá que voltar para o retorno daqui quinze dias, ta bom._ Não falo nada, apenas anuo com a cabeça.

Na mesma hora o bendito bate na porta e logo entra, o fuzilo com o olhos mas o mesmo me ignora e pergunta sobre meu estado para o medico que diz praticamente o que disse para mim, só que de forma resumida.

Pego meu celular na cômoda e mando mensagem para as meninas não se preocuparem, logo após de enviar minha atual localização.

_Terá alta daqui três a quatro dias, volto mais tarde para observar como você está_Diz o medico me olhando sério, em seguida sai do quarto, deixando Pedro e eu sozinhos.

_Nesse tempo aqui quer que eu te visite?_Vejo ele sorrir tentando ser simpático, respiro fundo que eu quero evitar me estressar hoje.

_Só se eu tivesse louca, você sabe que eu posso te denunciar, mas não vou fazer isso se for embora agora_ Ele me olha com um semblante difícil de descrever.

_Bom.. Então vou indo _ Queria dizer,"vai tarde" mas fiquei quieta e quando ele está a abrir a porta, alguém entra e logo reconheço, é um dos capachos do meu vô, meu sangue gela, não que eu tenha medo do meu avô ou de seu capacho mas o controle que ele sempre teve na minha vida, me sufoca.

O Cravo e a RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora