Capítulo 11 - Respire fundo

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Elisabete

James corre em direção ao homem mascarado, que se passase mais um segundo mataria Jolie com falta de ar.

Suas mãos rodeam seu pescoço enquanto ela fica roxa e tenta se debater sobre a borda da piscina.

Ela tenta gritar, mas falha.

No mesmo segundo em que James chegou perto suficiente, o homem jogou Jolie contra a água fria de um dia nublado e saiu correndo.

James não se intimidou e seguiu para dentro da floresta sem olhar para trás. Ele quer respostas tanto quanto eu.

- James! - eu grito seu nome, fazendo os passarinhos levantarem vôo de suas árvores e enfeitarem o céu nublado, prestes a escurecer. - Ele pode estar armado! - indago, mesmo sabendo que ele não tomaria cuidado, não teria cautela e que ao menos me escutaria levando em conta a distância em que já se encontrava.

Minha cabeça parece girar sem sair do lugar, sinto minhas pernas fracas como no dia em que achamos Jennie e uma palpitação atinge meu estômago.

Corro até Jolie, meus cabelos loiros soltos, voando contra meu próprio rosto.

Me abaixo na grama tentando lembrar de inalar o ar e puxo Jolie para fora da piscina.

- Você está bem? Que idiota! É claro que não!

Ela tosse enquanto tenta respirar fundo.

Quando ela finalmente encontra o ar, seu peito desce e sobe rapidamente.

Eu tenho certeza que só mais alguns segundos e ela precisaria de uma ambulância ou de um lugar no necrotério.

Tento me recompor, agaixada no chão ao seu lado. Sinto um nó preso na minha garganta quando engulo em seco.

Percebo ela tentar usar seu resquício de voz, mas voltar a tossir.

Enquanto ela tenta se recuperar, olho para as enormes árvores que cobrem a floresta e os galhos secos que quase impedem passagem para um buraco feito entre elas.

Como aquele cara foi tão certeiramente até lá? Ele só tem como saber daquela passagem se vive aqui, na Sweet Dreamers. Ele só tem como saber daquela passagem para a floresta Nightmare se ele tem algo haver com o assasinato da Jennie. Se ele está entre nós.

- Chame ajuda. - é tudo o que ela fala antes de voltar a tossir. Me viro para vê-la. Quase não é possível ouvir sua voz em meio a respiração descontrolada e a tosse implicante. - Chame ajuda... - ela disse outra vez, atirada na grama. - Eu vou ficar bem. - ela concluiu e eu acreditei.

Não era a pior idéia que me dariam hoje, por mais que podesse parecer que não era a melhor.

Minha mente pensa em diversos problemas que poderiam ser causados enquanto eu tento buscar ajuda, mas nenhum foi ruim o suficiente para me fazer ficar.

James poderia estar em perigo, Jolie ficaria em perigo se eu deixasse ela sozinha e eu estou em perigo, porque ele viu todos nós. Ele nos conhece agora.

Eramos peões, agora somos vítimas.

Me levanto e sigo até o corredor coberto desviando dos pilares feito um furacão.

Passo pela porta dos fundos ouvindo apenas as batidas aceleradas do meu coração e o som do meu tênis contra o piso.

Corro pelos corredores vazios e faço meus pés se estabilizarem no chão quando chego no centro da escola, onde a porta da entrada principal atrás de mim range, o vento ecoando em uma tentativa de passar entre as dobradiças.

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