Capítulo 14 - Em vermelho, sublinhado

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Elisabete

Me sento na mesa com Anita, Augustine e Henry. James vem logo atrás de mim com sua bandeija e se senta no lugar vago do outro lado da mesa azul do refeitório. Entre Anita e seu melhor amigo.

Augustine e Anita falam sobre alguma coisa e James e Henry sobre outra.

Não tento participar das conversas e começo a comer o meu almoço.

Ultimamente, depois de Jolie, as coisas estão meio paradas.

A investigação da Elisa anda sem pistas e nós, até agora, não consideramos nenhum suspeito de verdade.

Percebo os olhares dos melhores amigos para sempre, refletirem sobre mim rapidamente.

Olho cuidadosamente para eles, que falam e falam e hora ou outra me espiam.

Eles devem falar sobre o encontro de ontem à noite.

- Acham que eu sou cega? - chamo a atenção de todos. - Pelo menos disfarcem.

Tomo um gole do meu suco e Augustine começa a conversa.

- É tão estranho. Todos só falavam sobre isso, agora parece que esqueceram. - ela fala, olhando em volta.

As panelinhas em suas respectivas mesas animadas, falando sobre os jogos e os clubes.

- Tem razão. - todos me olham, como se o fato de eu concordar com alguém fosse inesquecível - Parece que ter um assasino na escola não influencia a vida de mais ninguém além das nossas. - falo, e Anita responde em seguida:

- Não muda para eles. Nós que estamos ligados à tudo. - ela dá de ombros e dá uma mordida generosa no sanduíche.

As vezes acho que só eu me importo de verdade.

- Quem vocês acham que poderia ser? - Herny se atreve a refazer a pergunta que perseguimos por dias.

Cada um dá uma resposta, enquanto eu estou mais interessada em descobrir ao invés de supor.

Olho ao redor. Cada rosto, voz, características. Nada familiar. Nada se parece com a daquele cara, e eu tenho certeza disso porque já porcurei por uma resposta no rosto de cada pessoa aqui dentro e não achei nada. Absolutamente nada. Mas se ele não estuda aqui, ele é um professor ou é de fora. Por que alguém de fora pudesse querer matar alguém de dentro da escola? Como essa pessoa teria entrado aqui sem deixar rastros?

Theodor Tubswaski passa pela porta do refeitório e se senta com os outros professores, olhando para os lados como se estivesse desconfiado, e seu olhar se encontrou com o meu. Ele abana e eu viro a cabeça.

- Acham que pode ser o Tubswaski?

Anita dá uma gargalhada e James nega freneticamente com a cabeça como se ela fosse cair.

- Ele não tem porte pra isso. Parece um cachorrinho solitário. - Anita argumenta e eu olho de canto para ele.

Todo desajeitado e distraído.

Não há dúvidas de que não pode ser ele. Naquela pose de boa pessoa falsa, acenando para os alunos.

Talvez possa ser o mais óbvio; uma das pessoas sentadas nessa mesa.

Pensar nisso me faz querer vomitar o que comi.

[...]

O dia do debate.

Todos, menos eu, aguardavam ansiosos por isso, onde os dez melhores alunos dessa aula seriam escolhidos para duelarem entre si em debates sobre assuntos sorteados. Os cinco melhores duelarão com outra escola.

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