Capítulo 18 - Vamos falar/Admito

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*Essa capa ficou muito linda!🧡
Ps: precisava compartilhar isso, kkkkkkk
E lá vamos nós...

[...]

James

Me dizer para não gostar do outono, sendo ele minha estação favorita, é como me dizer para não encarar a noite, quando o céu está escuro e pouco iluminado pelas estrelas.

Me dizer para odiar alguma coisa que eu não conheço ou para ignorar o fato de que a Elisabete precisa de ajuda, é quase como me pedir para voar sem asas ou superpoderes.

Não acaba bem, e termina comigo perdendo o controle da situação.

Talvez não faça sentido, mas acha que eu me importo?

Escuto seus grunhidos do outro lado do quarto e me viro para enxerga-lá.

Quase não consigo vê-la por conta das luzes apagadas. Henry dorme como uma pedra e Betty acaba de se levantar da minha cama.

Ela olha para os lados e para mim em seguida, como se procurasse informações do porquê está ali.

Espero que ela se recomponha e se equilibre no chão de carpete.

Penso em dizer alguma coisa, nossos rostos iluminados somente pela lua, mas sou interrompido antes mesmo de começar:

- Eu fiz de novo. - ela constata. Como se tivesse acabado de ligar os últimos pontos. Ela pisca para mim e desvia o olhar para o chão. - Eu - ela olha para mim - Fiz de novo.

Ela suspira, e desvia o olhar para um ponto indefinido à sua direita.

Betty seca uma lágrima com a palma da mão e respira fundo, tentando conseguir fôlego para impedir a si mesma de chorar.

- Como eu te arrastei pra essa merda? - ela questiona. As lágrimas agora não são mais interrompidas e caem com facilidade, ganhando luminosidade da lua.

- Percebemos que tinha sumido e viemos atrás de você. - digo e dou de ombros. Coloco as mãos no bolso do casaco e tento me manter firme. - O resto... acho que se lembra.

Ela dá uma risada e seca mais lágrimas.

Sua boca está trêmula como suas mãos e ela não consegue parar quieta.

Sinto meus olhos pesarem pelo sono e o medo contido.

- Eu fiz de novo. - o choro é mais alto, como se ela quisesse se libertar de algo, como se um nó trancasse sua garganta e a impedisse de respirar.

Antes que eu perceba, ela está ajoelhada no chão, as lágrimas escorrendo pela camiseta e o cabelo grudado no rosto. Ela está se debatendo contra o chão como se pedisse ajuda, como se estivesse cansada demais de tudo para se manter de pé.

Salto até o seu lado no chão e a coloco de pé como em tantas outras vezes.

- Betty. - eu chamo. Minha voz está fraca e nitidamente falta pouco para que eu não começe a me desesperar.

Tento manter contato visual com ela e coloco seus cabelos para trás.

Pouso minnhas mãos em seu rosto e a puxo contra mim para que se mantenha em pé.

Seu rosto está vermelho e seus olhos arregalados e escuros.

Olho para seu rosto, sua expressão de pavor e medo.

Ela treme tanto que sinto como se podesse derruba-lá à qualquer momento.

Ela me encara com seus olhos azuis, suas lágrimas escorrendo pela bochecha até o maxilar.

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