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Sabe aqueles dias raros no qual você acorda de bom humor e pensa que nada pode abalar seu astral? Hoje era o meu dia. Havia acordado antes do despertador e feito tudo com calma, o caminho até o trabalho tinha sido tranquilo, estava tudo perfeito.

— Passos, o senhor Camilo está a sua espera na sala de reunião.

— obrigada Marcos.

Peguei meu bloco de anotações e fui para a grande sala do final do corredor. A reunião foi marcada de última hora, isso me deixou preocupada já que a nova coleção de roupa foi feita por mim. Sabia que minha felicidade poderia acabar graças a essa reunião, só não pensei que isso aconteceria no momento em que eu colocasse o pé na sala. O motivo disso tudo? Victor Augusto. Não tinha tido o desprazer de vê-lo depois de sua volta, porém ele estava nos assuntos de todos daquele prédio. O fato dele respirar o mesmo ar que eu já me irritava, principalmente dentro de uma sala fechada

— desculpe pela demora senhor Camilo, houve algum problema com a nova coleção?

— a coleção está magnífica senhorita Passos, você está aqui pois presciso de um favor.

Percorri os olhos pela sala, me dando conta que estávamos apenas nós três ali. Nada de bom sairia dali. Nada que viesse dele será bom.

— hoje um dos patrocinadores mais importantes para a Camilo estará aqui para uma reunião, gostaria que acompanhasse meu filho.

— desculpa senhor Camilo, mas seu filho me parece ter muita experiência para ir sozinho.

Victor revirou os olhos, e Bruno sorriu. Não estava disposta a dividir uma mesa com o Victor, muito menos ajudá-lo em uma reunião. O cretino de sorriso bonito era bom no que fazia, concerteza daria conta do recado sozinho.

— eu sei disso senhorita Passos, porém graças a algumas atitudes do meu filho, o senhor  Stevens desaprova qualquer coisa que venha de Victor.

"Errado o senhor Stevens não está" pensei. Aqui está um dos maiores problemas de Victor Augusto depois que alcançou a maior idade: ele era um galinha de primeira. Não que sua vida pessoal atrapalhe o trabalho, ele como eu já disse antes, é bom em tudo o que faz, porém muitos investidores não querem a imagem de suas empresas vinculadas ao Victor e todos os problemas que o rapaz traz, por mais que encha os bolsos de todos.

— quando será a reunião? - perguntei, tenho algo em comum com o patrocinador e até mesmo já gostava dele sem ao menos conhecê-lo.

— será durante o almoço, espero que não seja incômodo

— sem problemas senhor, estarei lá.

Me retirei da sala o mais rápido possível, a idéia de almoçar com Victor me causa ânsia, infelizmente não havia muito a ser feito, era isso ou então perderíamos um bom contrato.

As horas passam muito rápido, me assustava o modo de como o mundo está conspirando contra mim, aquele era pra ser um ótimo dia. Meio dia em ponto organizei as coisas na mesa, a porta foi aberta sem ser batida antes, não precisei me virar para saber quem é.

— podemos ir senhorita Passos? - disse a voz rouca.

Seu perfume tomou conta do lugar em poucos segundos, e não posso negar, o cheiro é maravilhoso, uma pena que o portador do cheiro era um traste.

Não respondi sua pergunta, apenas peguei minha bolsa e fui para o elevador. Ficar em um ambiente fechado com o Victor e seu maravilhoso perfume era um tortura, concerteza a única coisa boa dele é o cheiro.

Virei-me para ele ao sairmos no subsolo. Aí não, eu não vou dividir o carro com aquele cara, o elevador já tinha sido suficiente para a minha sanidade. Então era assim que ele ganhava mulheres agora? Revirei os olhos ao ver ele desativar o alarme do seu carro, a range tiver velar preta brilhava graças às luzes artificiais no subsolo. Quanto será que o Victor gasta para deixar o carro limpo daquele modo?

DE REPENTE, MÃE - BABICTOROnde histórias criam vida. Descubra agora