Suspirei cansada, não faz nem quatro horas que estou com Sophia em casa e eu já estou louca, a pequena não para de chorar e isso está me preocupando, já havia trocado sua fralda e lhe alimentado, o que mais poderia ser?
Gilson
Eu: GS socorro
Ela não para de chorar
Já fiz de tudoGilson: está pedindo ajuda pro irmão errado Babi
Eu: a Miih está em cirurgia
Por favor GS eu preciso de ajuda
Ela vai me deixar loucaSophia continua chorando no meu colo, não sei lidar com crianças, muito menos com bebê. Essa situação me lembrou do terrível jantar que tive com um dos meus ex's namorados, a sobrinha dele estava conosco, foi horrível aquele dia.
Porque aceitei que Carol engravidasse? Poderia ter dito que não, poderia ter expulsado ela de casa, mas não, eu apoiei ela em tudo e agora estou aqui com um bebê no colo sem saber o que fazer.
— vamos lá Sophia, se você continuar chorando eu vou chorar junto.
A bebê me olha sem saber o que eu estava falando, o som alto da campainha fez ela parar de chorar por alguns segundos.
— seu salvador chegou - GS disse entrando na casa, em suas mãos havia algumas sacolas - ela é linda.
Levantou a mão para tocá-la, virei meu corpo para trás afastando Sophia dele, arrancando uma careta de seu rosto e uma risada da bebê
— não, lave suas mãos imundas antes de tocar nela.
— quanto drama mamãe, já estou indo lavar a mão - revirou os olhos, largou as sacolas na bancada e lavou as mãos - pensei que os avós dela estariam aqui.
— foram embora hoje cedo, depois do testamento de Carol ser lido, eles decidiram ir.
— então você é oficialmente mãe agora? - perguntou pegando Sophia no colo
A pequena parecia prestar atenção na conversa, olhava para nós a todo momento, os olhinhos castanho-esverdeado que a bebê tem a deixava adorável.
— ainda não, tenho uma semana para decidir o que fazer com ela, e caso decida ficar com ela, tenho que entrar no processo de adoção.
Gilson me encarou sem entender, repassei minha fala mentalmente para ver se falei alguma coisa errada.
— ainda está com dúvidas se vai ficar com ela?
— eu tenho o meu trabalho Gilson, não posso largar tudo.
— e vai abandona-la?
— eu não disse isso...
— mas é o que parece.
Ele saiu da cozinha com Sophia quase dormindo em seu colo, olhei o que tinha na sacola e vi que eram coisas para Sophia, suspirei após ver as coisas, ficariam lindas nela.
Aproveitei a paz que estava na casa e fui fazer o almoço, assim que desliguei a última panela fui atrás de GS, encontrei ele no quarto de Sophia, a observando dormir em seu berço.
— o almoço está pronto.
Ele assentiu, cobrindo Sophia antes de sair do quarto.
— estou com medo GS - admiti pela primeira vez em voz alta - medo de falhar com Voltan e Crusher, mas principalmente com Voltan.
— é uma enorme responsabilidade, sabemos disso Babi - segurou minha mão por cima da mesa - mas prescisa decidir o que fazer logo.
— eu sei - suspirei.
(...)
GS acabou passando o dia conosco, Sophia pareceu gostar dele, graças a sua ajuda consegui guardar as coisas de Carol, ainda dói olhar o quarto e saber que ela nunca mais voltaria. Quando terminei de arrumar a cozinha Sophia dormia no seu carrinho, me aproveitei disso para levar-la para o meu quarto ainda no carrinho, parecia que ela estava em um sono bom, hora ou outra sorria levemente.
Peguei a caixa no fundo do guarda-roupa, era uma caixa de sapato, Carol havia encapado ela com algumas figurinhas, abri a mesma tirando dela as suas cartas para Sophia, nunca havia lido nenhuma delas, apenas sabia que Voltan guardava em meu guarda-roupa.
Minha pequena Sophia, infelizmente não tivemos a oportunidade de se conhecer, mas quero que saiba que a mamãe te ama muito, talvez você sinta raiva ao saber da sua história, por saber que eu engravidei ciente que não viveria para te criar, mas eu não encontrei motivos para viver sem seu pai, não via mais uma vida sem ele, eu tentei, juro que tentei seguir em frente e recomeçar a minha vida, mas não consegui, e descobri que ainda havia uma maneira de manter o nosso amor vivo, de realizar nossos sonhos, você minha pequena, foi o nosso sonho. Infelizmente nenhum de nós conseguiu te conhecer, porém lembre-se sempre que nós te amávamos bem antes de conhecê-la. Creio que sua tia (agora "mãe"), tenha cuidado maravilhosamente bem de você, eu mesma me certifiquei que você ficasse em boas mãos, desde que recebi o positivo, passei a escrever todos os dias para você, quero que conheça a história dos seus pais, que saiba como éramos. Eu te amo muito minha filha, espero que não me odeie por causa da minha decisão. Com amor, mamãe.
Fechei a carta com lágrimas nos olhos, olhei para Sophia que ainda dormia tranquilamente em seu carrinho, não poderia deixar-la, não me perdoaria caso fizesse isso, guardei a carta novamente na caixa e coloquei no guarda-roupa, vou ler o resto em outro momento.
Arrumei Sophia em seu carrinho e a puxei para perto da cama, mandei uma mensagem rápida para Min, pedindo para mandar meu trabalho por e-mail, trabalharia em casa até criar uma rotina com Sophia.
— é pequena, parece que seremos só eu e você apartir de agora - sorri, mesmo que ela não estivesse acordada para ver.
Estou ciente que criar um bebê não é uma tarefa fácil, mas estou pronta para esse desafio, pelo menos eu acho.
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DE REPENTE, MÃE - BABICTOR
RomanceBabictor|| Bárbara Passos é surpreendida com o testamento de sua melhor amiga, a qual lhe concedia a guarda da pequena Sophia. Nunca havia pensado em filhos, muito menos naquele momento de sua vida, mas não podia recusar o último desejo de sua mel...