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— já está pronta? - me virei para Funbabe, parada no batente da porta com Sophia em seu colo.

— sim.

— vamos então, Miih  está nos esperando lá em baixo.

Assenti seguindo as duas. O almoço com meus pais era hoje, e claro, eles convidaram Funbabe também, haviam simpatizado com ela.

O caminho inteiro foi silencioso. Era a terceira vez que eu o pedia para ir, e a cada ida dele doía mais. Pensei que seria mais fácil vê-lo partir, mas não foi, e lidar com isso estava sendo complicado.

— filha! - a voz do meu pai acabou com o silêncio instalado entre mim e Funbabe por todo o caminho. O mais velho estava na porta de sua casa, e como em toda a minha infância e adolescência, ele me usava um avental.

— pai - meu corpo foi puxado para si, sorri, mesmo sendo massacrada.

— vêm, entrem!


Seguimos ele para dentro da casa, já muito conhecida por mim. Flaviana logo apareceu, levando Funbabe para um pequeno tour, me deixando sozinha ali. Acompanhei meu pai para a cozinha, ele estava concentrado demais para conversar, e agradeci por isso.

• Doze anos antes •

— o que está fazendo?

— vou cozinhar para você coração.

— ao menos sabe fazer isso Coringa? - o rapaz sorriu, e naquele momento me perguntei se prescisava esperar para ligar para os bombeiros.

— você vai queimar a minha casa.

— Eu não vou coração.

Revirei os olhos. Sentei-me sobre o balcão da cozinha, observando Victor organizando os ingredientes que usaria.

— ao menos posso saber o que irá fazer?

— surpresa coração.

— pare de me chamar assim.

— você me chama de "Coringa".

— todo mundo chama você assim - ele revirou os olhos, voltando sua atenção para o que fazia.

A demora dele para ligar o fogão, me deu a confirmação que ele não sabia o que estava fazendo.

— não coloque fogo na minha casa!

— não irei.

Gargalhei ao vê-lo jogar uma cebola inteira na panela.

— preparando uma refeição para matar vampiros?

Ele me ignorou, focando na panela. Mesmo com toda sua concentração, queimou a cebola.

Revirei os olhos, descendo do balcão.

— sai, me deixa fazer isso.

— não, eu consigo.

— não irei pagar para ver.

DE REPENTE, MÃE - BABICTOROnde histórias criam vida. Descubra agora