Vídeo na mídia só pra vocês apreciarem a maravilha que é essa música perfeita
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Respirei fundo após ler a mensagem de Voltan, ela estava no hospital devido a um sangramento. Tenho uma reunião marcada daqui trinta minutos, minha mente batalha entre si para decidir o que fazer. Prescisa ver Carol e saber se ambas estão bem, elas são minhas prioridades, porém ainda tem o meu trabalho, minha carreira é importante afinal.
Carol
Carol: Sophia quer nascer
Eu: como assim?
Carol: como assim o que Babi, ela quer vir para o mundo
Eu: Carolina, não brinca comigo
Carol: queria que essa dor fosse uma brincadeira.
Sophia quer nascer Babi
Por favor vem pro hospital.
Estou com medo.Desliguei o celular peguei minha bolsa e fui para o elevador, enquanto descia escrevi um pequeno e-mail para Bruno avisando o motivo para minha ausência na reunião. Por sorte consegui pegar um táxi assim que sai do prédio, meu coração está a mil.
Corri para dentro do hospital, fiz meu cadastro como acompanhante de Carolina Voltan, três andares nunca foram tão demorados quanto aqueles, o ambiente está bem calmo apesar de ser um hospital.
Carol estava na sala de cirurgia, então tive que ficar na pequena sala de espera no andar, não tenho notícia do que ocorria lá dentro, e isso está acabando comigo. A gravidez é arriscada, desde o início estávamos sabendo disso, mas Carol quis continuar com ela. "Nosso amor merece ser passado adiante, quero que tenhamos o filho que sempre sonhamos, menso que ele não esteja mais aqui para vê-lo."
(...)
O vidro me separava da pequena Sophia, uma enfermeira estava dando banho nela, sua pele ainda estava com sangue, o choro não parava. Ela é tão pequena e frágil, sorri quando ela parou de chorar.
— a senhora é a acompanhante de Carolina Voltan?
Desviei o olhar para os médicos ao meu lado, Milena evitava me olhar.
— sim.
— eu sinto muito...
Olhei confusa para o médico, sabia o que vinha a seguir, porém não estou pronta para isso, não queria acreditar o que realmente havia acontecido.
— Carolina teve hemorragia interna, perdeu muito sangue - Milena diz, seu olhar estava focado em Sophia - ela infelizmente morreu, eu sinto muito Babi.
Naquele instante eu me senti perdida, eu sempre soube do risco daquela gestação, mas nunca passou pela minha cabeça que pudesse realmente mata-la. Me virei para o vidro novamente, a enfermeira estava acabando de limpa-la. O que eu faria agora? Não posso cuidar de um bebê, não tenho tempo para isso, mas também não posso deixa-la.
— quer que eu ligue para a família dela? - Milena se ofereceu, só naquele instante percebi que os médicos não estavam mais ali.
Meus olhos lacrimejavam, sabia que a qualquer momento eu iria desabar, mas não poderia, pelo menos não agora
— não, pode deixar eu ligo.
— deixa que eu faço isso Babi, porque não vai ficar um pouco com a Sophia?
Segui Milena para dentro do berçário, fiz o processo de higienização, a enfermeira me guiou para o berço da Sophia. A roupinha do hospital ficava grande no seu pequeno corpo, passei a mão pelo seu rostinho, ganhei um sorriso como resposta. Sophia era a mistura perfeita de Arthur e Carol, sua pele bronzeada era a de Crusher, já os cabelos loiros como raios de sol era de Voltan.
Passei vários minutos observando Sophia dormir, sabia que se eu saísse dali teria que lidar com a morte de Carol, com a guarda da pequena, e com todo o resto do mundo, estar ali com Sophia me fazia esquecer de tudo e todos
(...)
No final da tarde, os pais de Voltan e de Crusher estavam no hospital junto comigo, ainda não sabiam o que fariam com a Sophia, estavam abalados demais com a perda de Carol para pensar em futuro. Liguei para a empresa avisando que não iria trabalhar pelo resto da semana, não tenho psicológico para fazer isso.
Enterramos Carol durante a noite, e fomos todos para o meu apartamento, era pequeno, mas acomodou todos.
Logo pela manhã fui para o hospital ver Sophia, deixaram eu dar banho e alimentar a pequena. Milena passou algumas vezes para vê-la, e me assegurou que estava tudo bem.
No período da tarde foi a vez dos avós babarem na Sophia, aproveitei e fui comer no restaurante do hospital.
— já decidiram o que farão com a bebê? - Milena perguntou sentando do meu lado, bebendo um enorme copo de café.
— ainda não, estamos abalados demais com a morte de Carol, ainda não pensamos sobre isso.
— mas tem que pensarem, Sophia está ótima, no máximo amanhã já pode ir pra casa.
Respirei fundo, minha cabeça não desligou um minuto desde que eu recebi a notícia da morte de Voltan, as horas pareciam voar enquanto eu estava no menso lugar, observando todos a minha volta, e cada um deles pareciam certo do que fazer a seguir, menos eu. Os Ramos e Voltan estavam imersos no luto novamente, e eu estava ali, parada no tempo.
— eles não ficaram com ela - sussurrei.
— mas são os avós dela Babi
— eu sei, mas olhar para Sophia é um enorme lembrete da perda deles.
— eles superam isso
— Carol fez um testamento
Milena me olhou curiosa, além de médica ela era nossa amiga, acompanhou todo o processo de fertilização da Carol. Sabia de cada detalhe da ficha médica de Voltan, e claro, cada uma das nossa bebidas favoritas.
( Não entendi oq uma coisa tem a ver com a outra mas tudo bem, se a autora original quis assim, vai ser assim né?)
— a guarda de Sophia é minha.
A médica colocou as mãos sobre a mesa, e me encarou por alguns segundos. Nunca conversamos sobre minha vontade de ter filhos, crianças sempre foi um assunto voltado para Carol, todos que me conheciam sabiam o quão focada eu estava no trabalho, uma criança naquele momento estava fora de cogitação.
— eles já sabem disso?
— não, o testamento será lido hoje a noite.
— e como você sabe disso?
— Carol me fez prometer que protegeria o bebê a qualquer custo, me deixou cartas e vídeos para serem entregues a Sophia.
— uma criança é muita responsabilidade.
— eu sei disso, também sei que não estou pronta para isso - respirei fundo - Miih eu estou começando a minha carreira, daqui a uns dois meses será lançada a minha primeira coleção, uma criança nunca fez parte dos meus planos, e não dá mudar isso agora.
— só pensa direito no que fará agora, para não se arrepender futuramente.
— esse é o problema Miih, eu não sei o que fazer, eu sou tão perdida - suspirei - não sei do que me arrependerei no futuro.

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DE REPENTE, MÃE - BABICTOR
RomanceBabictor|| Bárbara Passos é surpreendida com o testamento de sua melhor amiga, a qual lhe concedia a guarda da pequena Sophia. Nunca havia pensado em filhos, muito menos naquele momento de sua vida, mas não podia recusar o último desejo de sua mel...