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Quando cheguei em casa, eu ainda tremia. Meu sonho havia sido realizado, e eu estava explodindo de felicidade. O sorriso em meu rosto era algo que não desaparecia.

— pizza para comemorar? - GS sugeriu

— se você pagar - o rapaz revirou os olhos, fazendo Miih rir.

Enquanto os irmãos Esquierdo entravam em uma discussão sobre o sabor da pizza, comecei a me sentir vazia. Era como estar ali, mas ainda assim não, em instantes né senti perdida.

Não é que não amasse a companhia dos irmãos Esquierdo, eu os amava, e muito. Mas meu desejo era estar com quem não poderia estar nunca mais. Queria poder abraçar Carol e Arthur, e dizer "eu consegui", mas eles não estavam mais ali, apesar de ter Sophia comigo, não era o suficiente.

Bradoock chegou minutos depois  que a pizza. O trio conversava alegremente, tentei participar, porém minha cabeça estava em outro lugar. Aproveitei que todos estavam distraídos, e sai do apartamento com Sophia no colo. Não demoraria muito para voltar, apenas prescisava respirar um pouco.

A caminhada até o parque nunca havia me parecido tão rápida quanto hoje. Sophia olhava ao redor , admirada com toda aquela paisagem, só então me dei conta que aquela era a primeira vez que a bebê saia de casa sem ser em um carro.

O parque não estava cheio, porém, prefiro ir para o cantinho que anos atrás pertenceu a Voltan e Crusher. Para minha surpresa já havia alguém lá. Ele estava de costas para nós, ainda não havia notado que tinha companhia, e eu, particularmente preferia assim. A bebê resmungou fazendo com que fôssemos descobertas.

— pé sei que estaria comemorando com os seus amigos.

— eu estava.

— então o que está fazendo aqui?

— eu não sei.

Me sentei no banco embaixo das árvores. Os olhinhos de Sophia brilhavam com tantas novidades, aquele momento fez um sentimento de culpa crescer dentro de mim. Eu havia privado ela de conhecer o mundo fora do apartamento por conta de Victor e toda mídia que poderia cair sobre nós, eu estava fazendo as coisas erradas e claramente me deixaria com peso na consciência daqui a alguns anos.

- me senti perdida - confessei - estavam todos lá, felizes e comemorando minha conquista... Eu me senti uma intrusa no momento, apesar de ser para mim.

— imaginei.

— o que faz aqui?

— prescisava respirar, Marie está acabando com a minha paciência.

— o que ela quer?

— que eu me case com Suellen.

— e você irá.

— não sei, provavelmente não.

— pensei que gostasse dela.

Victor revirou os olhos, se sentando ao meu lado. Aquele pequeno gesto dele, me mostrou que o assunto Marie e Suellen estava fora da pauta naquela noite.

— oi pequena - suas grandes mãos fizeram Sophia parecer menor do que realmente era — senti falta de você.

Enquanto ele falava, Sophia sorria para ele, era como uma forma de mostrar para nós que ela estava entendendo, ao menos era como eu interpretava. Gostava de pensar que a bebê me entendia, porque assim, eu não me sentia tão só no meu apartamento.

— obrigada.

— pelo o que?

— por tudo.

— nossos olhares se encontraram. Havia tantos segredos, memórias, mágoas, uma paixão que ainda queimava. Victor foi o primeiro a desviar, me fazendo suspirar.

— acho melhor eu ir - assenti em silêncio, enquanto observava ele se afastar, o vazio voltou dentro de mim.

Sophia passou a reclamar em meu colo, sabia que estava com fome. Estávamos tempo demais fora de casa. Antes de voltarmos, parei próximo a árvore com nossa inicial. Eu daria tudo para tê-los comigo novamente.

DE REPENTE, MÃE - BABICTOROnde histórias criam vida. Descubra agora