Capítulo 2

3.7K 315 183
                                    

Um dia cinzento

Após o ocorrido na casa dos Pevensie, a mãe das crianças decidiu tomar uma decisão que doeria em seu coração mas sabia que seria o melhor para seus filhos e Lya.
As criança iriam para o interior, seriam evacuados, para a casa do professor Digory Kirke. Lya havia ficado tão animada com a idéia, porém, os irmãos pareceram ainda mais tristes com a notícia. Já não bastava estarem longe do pai, agora, também estariam longe da mãe.

— Vocês irão gostar da casa do Tio Digory!– A loira sorria olhando para os 4 sentados em uma única cama.

— Nossa casa não foi completamente destruída, porque temos que ir?– Edmundo perguntou olhando para sua mãe que guardava as roupas dentro da mala calada.

Apesar da casa dos Pevensie ter se mantido de pé, teve vários danos. O teto estava esburacado, as janelas quebradas, a sala completamente queimada dentre outros danos. Seria falta de responsabilidade deixar crianças morando em um lugar como aquele, e independe do estrago, ali não era mais seguro. Nunca sabiam quando iria vim o próximo bombardeio ou quando quase perderiam a vida.  
Pedro se levantou e respirou fundo, ele havia se segurado para não dá mais uma de suas patadas em seu irmão. Ele, Susana e Lya eram os únicos que entendiam o quanto essa mudança temporária era necessária naquele momento. Pedro se retirou do cômodo sem falar uma palavra, ele queria um tempo, queria se recuperar do surto e susto que teve noite passada. Sentou-se na varanda e olhou para a rua, pouco movimentada.. Era assustador, aquela rua desde que ele se lembrava era lotada! crianças correndo de um lado para o outro,  muitas dessas crianças eram conhecidas ou amigas dele. Como ele sentia falta dos amigos, da escola, das ruas lotadas.

— Se lembra?– A voz de Lya resoou detrás dele ela apontava para uma das calçadas da rua, o menino não havia notado a chegada dela. ele a olhou confuso por cima do ombro.

Os olhos claros de Pedro havia um brilho difícil de não se notar quando ele avistava a garota. Os cabelos loiro escuro dele estavam molhados e bem penteados para o lado direito, Lya adorava como ele sempre se mantia bem arrumado mesmo em tempos como esse.

— Não se lembra?– Lya se aproximou, ficando ao seu lado e agaixou ainda apontando para a mesma calçada.— Foi bem ali, que viramos amigos.

Um pequeno sorriso começou a aparecer no rosto delicado do garoto. Ele se lembrava como se fosse ontem, uma pequena garota de cabelos curtos bem loirinha, tão branca quanto a neve e com uma imaginação abstrusa de se compreender
sendo deixada em sua casa..

— Você sempre foi esquisita.– Pedro brincou voltando a olhar a rua. E Lya o deu uma cutuvelada fraca se segurando para não rir.— Lembra de quando você dizia que vivia em um mundo mágico e era a princesa desse lugar?

Lya ficou corada por conta da lembrança, ela se sentia tão idiota agora por ter sido uma criança que vivia viajando dentro da própria cabeça. Os dois riram um pouco alto

— Qual era mesmo o nome do seu mundo das maravilhas?– Ele perguntou a encarando.— Eu sei que tinha um nome, mas não consigo me lembrar!

Seus olhos se encontravam novamente
Lya sentia que podia contar sobre tudo para o loiro, afinal, ele era seu melhor amigo.
E se ela contasse sobre o sonho maluco da noite passada? Ele a chamaria de louca por sentir que aquele sonho foi real?

A princesa e o Guarda Roupa: As crônicas de NárniaOnde histórias criam vida. Descubra agora