14; A Equivalência do Baile de Primavera

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Final do bimestre. Baile de primavera.

Eram os dois assuntos mais comentados nos grupos da faculdade e nas redes sociais, a garota já podia imaginar como seria entrar no prédio amanhã, os cartazes colados pelos corredores anunciando quantos meses faltam pra esse evento no qual o curso de teatro e de música eram os grandes responsáveis pela organização e entretenimento.

S/n suspirou, pensando no quão trabalhoso ia ser planejar um evento desse tamanho, e além disso, precisava pensar no que iria vestir, quem iria convidar para ser seu par... Talvez Noah a convidasse, depois da festa ela tem notado mais o garoto, muito simpático, e sempre que a vê faz questão de cumprimentá-la com um grande sorriso e um abraço apertado. Ela com certeza iria considerar ele em sua escolha.

Mas também havia Jace. Ela não sabia se o garoto iria querer sua companhia dessa vez, as coisas estavam um pouco estranhas entre os dois desde a festa, eles não haviam conversado, mas as palavras de suas amigas alugaram um triplex na sua cabeça.

Não iria aguentar ficar com a dúvida, já começava a sentir sua ansiedade aumentando, ela precisava falar com ele.

Então s/n tomou a iniciativa e mandou uma mensagem para o loiro, combinando de se encontrarem, ela ficou de passar na casa dele a tarde, aparentemente ele estava agindo normal por mensagem, e isso estava deixando s/n de cabelos em pé.

Respirou fundo e foi tomar outro banho para esfriar a cabeça, precisava escolher bem as palavras que usaria, ela costumava ser um pouco impulsiva as vezes e dizer coisas na qual sempre se arrepende depois, um exemplo disso, foi quando surtou dizendo que gostava do Jack, e agora não fazia ideia de como começar a desfazer aquela mentira. Talvez devesse deixar o assunto morrer, não comentar mais nada até que todos esqueçam, assim ficaria enterrado a sete chaves, e caso alguém, algum dia, perguntasse, diria apenas que foi um surto coletivo e que nunca aconteceu.

Enquanto se vestia, tentou tirar da cabeça todos os pensamentos intrusivos para que não virassem paranoia, coisas do tipo "e se o Jace parar de falar comigo e não sermos mais amigos depois disso.". Ela nem queria imaginar, sua vida sem o melhor amigo seria tão sem graça.

Antes de sair olhou-se no espelho, respirou fundo dizendo a si mesma pra ser confiante, ela iria falar tudo o que tinha planejado e no final, ficaria tudo bem. Então com a cara e a coragem saiu de sua casa e caminhou com fortes passos até a casa de Jace, que não ficava tão longe dali. Conforme ia se aproximando, seu nervosismo e ansiedade diante da situação apenas aumentavam, mas ela tentava se tranquilizar mentalmente.

Quando chegou, tocou a campainha e pôde ouvir um "estou indo" abafado vindo lá de dentro, minutos depois a figura do loiro apareceu na porta e lhe deu um sorriso que a desmantelou por inteiro.

— Oi - ele disse, sorrindo. - que surpresa boa você por aqui.

— Mas eu te avisei que vinha, não é surpresa.

— Ah claro, verdade, que cabeça a minha - ele disse, dando um tapa de leve em sua própria testa. - vem, pode entrar.

Então a garota passou pela porta, havia estado naquela casa tantas vezes, mas nenhuma delas foi tão estranha quando essa, aparentemente não havia ninguém ali além deles o que a deixava mais confortável, a luz da sala estava apagada e a da cozinha acessa.

— Eu estava fazendo sanduíche, você quer? - ele perguntou, indo em direção a cozinha.

— Com certeza - respondeu. - seu maravilhoso sanduíche de maionese e frios, como poderia resistir?

Os dois riram, era o lanche preferido de Jace e s/n amava ver como ele se empolgava toda vez que fazia para os dois comerem.

— Mas então, algum motivo especifico pra sua visita repentina? - ele perguntou, entregando um sanduiche pra ela e se sentando a sua frente na mesa.

— Sim, eu preciso te contar uma c... - ele a interrompeu.

— Ah não, não! Não me fala, eu já sei o que é - ele disse fazendo gestos de pare bem engraçados com a mão. E a garota arregalou os olhos.

— Sabe?

— Sei, claro e tudo bem pra mim - ele deu mais uma mordida em seu sanduíche, com uma expressão despreocupada no rosto.

— Como assim? - s/n de cenho franzido se perguntava se eles estavam mesmo tendo aquela conversa, pois nem ela mesma sabia o que iria dizer, imagine ele.

— É garota, você vai com o Noah pro baile e tudo bem pra mim - ele soltou, e foi então que ela percebeu que eles não estavam falando do mesmo assunto.

— Perai, o que? Eu n... - ele a interrompeu outra vez.

— Isso vai ser ótimo, eu estava mesmo querendo terminar com você assim eu poderia chamar a Kira sem que ficasse estranho - ele falou em tom divertido, sem perceber o peso que aquelas palavras haviam causado na garota, que apenas ficou em silêncio, o observando tão inocente enquanto ele comia aquele sanduíche cheio de alface e maionese.

Como ele conseguia ser assim? Ser sempre tão leve e despreocupado com a vida, sem ligar pro que suas ações poderiam causar. Jace era um garoto que vivia cada segundo como se fosse o ultimo e nunca pensava no amanhã, era por isso que muitas vezes ele se metia em encrencas. Enquanto s/n era cautelosa, pensava duas vezes antes de tomar qualquer decisão, ela pensava demais, inclusive. Eles eram tão opostos, mas se davam tão bem. Se perguntou se aquilo poderia dar certo em um relacionamento de verdade.

Ela saiu de seus pensamentos quando viu uma das mãos de Jace passando na frente de seus olhos, tentando chamar a atenção dela.

— Terra chamando s/n, por favor astronauta confirme o contato - ele brincou, e ela deu um sorriso froxo. - você ficou quieta de repente, tudo bem? Eu disse algo errado?

— Não, não, eu... vou com o Noah, e você com a Kira, e nós terminamos, é isso - ela tentou responder sem que o nervosismo a traísse.

— Parece que o plano do Jack está dando resultados afinal, devo uma pra ele - disse Jace, e arregalou os olhos no mesmo momento ao perceber o que disse. S/n não pode deixar de conter a risada.

— Ah você deve uma pra ele - ela disse e o garoto se desesperou pensando nas mil e uma possibilidades de favores que o amigo poderia pedir, e vindo de Jack, nenhuma delas seria boa. A garota não conseguia parar de rir do amigo.

— Por favor, não deixa ele saber disso. Deus não dá asa a cobra.

— Não vou lembrar ele disso se... você me fizer outro sanduíche. - disse a garota, em tom persuasivo.

— Quer com salada ou sem, minha deusa? - ele se levantou pra preparar mais um.

— Com bastante salada, por favor! - ela riu. Gostava de passar um tempo de qualidade com Jace, ele era sua pessoa favorita e sempre a deixava muito bem, mas dessa vez, sentia uma dor inexplicável em seu peito, como se houvesse algo quebrando ali dentro. Tentou disfarçar e levar a conversa o mais bem humorada que pudesse pra não preocupar o garoto, mas ela sabia que não podia enganar a si mesma. Ela sentia algo por ele. Algo que não deveria.

🌹

Um bom filho a casa torna, né? E aqui estou com mais um capítulo depois de meses, espero que não tenham desistido da fanfic pois agora que ela está na metade haha, pra compensar postarei mais um capítulo pra vocês hoje!

Att, Sath

play date; jace normanOnde histórias criam vida. Descubra agora