Seu coração estava acelerado, batia tão forte que pensou que ele iria atravessar seu peito e ela cairia dura no chão na frente de toda a faculdade, seu pensamento fez s/n parar o ritmo de suas pernas imediatamente, apoiando suas mãos nas coxas enquanto recuperava o fôlego. Começou a listar as piores situações que ela considerava como humilhação pública: correr e tropeçar no meio do corredor com todos olhando para ela, correr e desmaiar no corredor, acordar e todos estarem olhando para ela, e todas as alternativas que envolvessem as palavras queda e público. Mas nenhuma, definitivamente nenhuma, se comparava a sua corrida desesperada para o ponto de ônibus do campus, com seu transporte prestes a sair e você gritando loucamente para o motorista esperar enquanto todos os passageiros riem de você pela janela.
— Que merda - ela pensou em voz alta, com a respiração ainda ofegante. Estaria menos preocupada se o maldito ônibus passasse em um curto período de tempo como um transporte normal faria, mas o circular do campus foi projetado especificamente para o uso dos alunos, isso significa que ele só passava em horários específicos, de começo, intervalo e fim das aulas.
O baile seria na noite seguinte e ela precisava buscar seu salto na casa de sua prima, combinaram que a garota passaria lá depois da aula, mas agora sua programação foi bruscamente alterada pelo azar inconveniente que o universo jogava sobre ela.
Quando sua respiração normalizou e s/n sentiu as forças voltarem ao seu corpo, ela atravessou a rua e subiu as escadas que davam acesso à rua de cima, de frente ao prédio de audiovisual. Tinha outro ponto de ônibus em frente, e alguns alunos ainda esperavam, o que significava que aquele circular passaria a qualquer momento, não era o mesmo que ela precisava pegar, mas quebrava o galho. Seriam algumas ruas a mais e um aumento de 15 minutos no seu trajeto rotineiro, s/n já havia aceitado a derrota.
De braços cruzados, ela batia o pé na calçada em um ritmo violento e ansioso, com o olhar fixado no fim da rua vazia e sem qualquer movimentação. Foi quando um som de buzina suave, daquelas de bicicleta, chamou sua atenção quando soou atrás de si. A garota virou o rosto por curiosidade e se surpreendeu ao ver o rosto conhecido atrás dela, parado em cima da bike preta.
Sorriu para Noah como se ele fosse a melhor coisa que poderia acontecer em seu dia, e considerando a tamanha humilhação dos últimos minutos, ele realmente era.
— O que está fazendo nesse ponto? - ele perguntou, franzindo o cenho ao vê-la ali, com uma expressão cansada e a testa levemente brilhosa pelo suor causado por seus esforços físicos.
— Eu perdi o circular - ela respondeu, colocando as mãos na cintura e dando um sorriso forçado. - vim esperar por esse, mas parece que o motorista esqueceu que está trabalhando. - sua ironia arrancou uma risada do garoto.
— Posso te levar até o portão de entrada, se quiser - ele inclinou a cabeça em direção ao banco de trás de sua bicicleta e s/n mordeu os lábios inferiores, analisando a proposta.
— Pode me levar até dois quarteirões depois? - ela perguntou, com sua melhor expressão pidona, como uma criança que queria muito um brinquedo.
Noah arqueoou a sobrancelha, enquanto virava a bicicleta de lado para a garota subir.
— O que a senhorita vai fazer dois quarteirões lá fora?
— Preciso ir ver a Lilimar. - ela disse, apoiando seu pé no ferro suspenso da roda traseira, sentando-se no banco. Por alguns segundos se perguntou se deveria segurar-se em Noah, mas o rubor em suas bochechas lhe impediu de chegar mais perto do garoto, então apenas se limitou a apoiar suas mãos nos ferros ao lado do banco.
— Senhores passageiros, por favor, apertem os cintos, pois o Expresso Noah Urrea irá partir com destino à casa de Lilimar. - ele disse em um tom divertido, arrancando uma gargalhada de s/n, e assim ele começou a pedalar e os dois partiram.
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play date; jace norman
FanficOnde Jace planeja conquistar a garota que ele gosta fazendo ciúmes nela, então acaba propondo à s/n, sua melhor amiga, que começassem um namoro de mentira. Ele só não esperava que isso se tornaria a sua maior verdade. "I ᴅᴏɴ'ᴛ ᴡᴀɴɴᴀ ʟᴇᴀᴠᴇ ᴛʜɪs ᴘʟᴀʏ...