O Livro da Conquista

04. - What game you are playing?

Olhei o seu perfil no Instagram, e pedi para segui-lo, vendo em baixo que a aceitação chegou imediatamente. Ela é privada. Sorrio com isso, e volto a olhar o seu perfil, agora vendo as fotos, e uau, ele é gostoso isso não é a novidade, mas me atento as informações que obtém nas fotos; como seus amigos, os locais que ele frequenta, e o tipo de post. Isso me ajuda muito, ele faz academia, na mesma que a minha, e pelo horário é após a sua segunda faculdade. Eu só faço a noite, depois do serviço e de manhã nos domingos. Nossos horários não se batem, que pena, além disso, como conseguirei trabalhar, estudar, treinar, namorar e dormir oito horas por dia? Isso vai dar tanto trabalho.

Curti as suas fotos no Instagram, uma após a outra, e logo notei que ele fez o mesmo comigo.

Voltei a curtir suas fotos, até que ele começa a fazer a mesma coisa, uma atrás da outra. Me recostei contra a cadeira novamente, ponderativa.

Em seguida procurei uma foto na minha galeria, postando-a. Coloquei na legenda fy, já que está gostando. Ele curtiu a foto, e eu me levantei depressa da cadeira, à medida que estou atrasada para a aula. Porém, parei, olhando indignada para a resposta que ele deu sobre minha foto. Mas que filho da puta!

Cheguei em cima da hora na faculdade, e adentrei a sala, Justin está nessa aula. Eu deveria ter passado na sala dos professores para dar o pen drive da matéria, mas deixa para depois dessa aula.

O dia passou lentamente, como sempre, mas pelo menos meu trabalho foi interessante, meu chefe está tirando todos de um modelo que apareceu na vogue semana passada: Lucky Blue Smith. Ele é tão lindo, pena que não me deu bola.

Assim que cheguei em casa após a academia, me sentei na minha cama, começando a escrever no Livro da Conquista.

É de 10 de setembro de 2021, e eu comecei baixa. O professor de marketing avisou que teria uma viagem para Oakhurst a prol de fazer uma entrevista para o dia do trabalhador, e o meu caso perdido colocou o seu nome, eu sabia que eu não tinha chance de ir nessa viagem, então achei que seria uma boa ideia transar com o professor.

Transei. Fui a Oakhurst, mas nem de longe a viagem foi como imaginei. Ele não se aproximou de mim em nenhum momento, não se sentou ao meu lado no ônibus, e até para tirá-lo do quarto pra ficar a sós comigo não funcionou. Achava que estava enferrujada, mas ele logo amostrou as garrinhas e eu soube que não.

Ele está me incentivando a não cometer o mesmo erro novamente, mas poxa, eu realmente não gosto de ser chamada a atenção.

De toda forma...

Cuidado quando vocês saírem do carro de madrugada do seu professor, não sabe quem estará olhando.

Sinto que veem mudanças por aí. Estou ansiosa para os detalhes.

Abri o meu guarda-roupa e suspirei, olhando minhas roupas. Comparadas as garotas que ele tem na fotos do Instagram, eu realmente pareço ter saído dos anos oitenta. Preciso de roupas novas, e adequar o meu estilo ao dele, afinal, garotos se importam muito com isso, e essa, em geral, é a parte que eu mais odeio; me transformar em outra pessoa para agradá-los.

Peguei o meu celular, e disquei um número.

- Oi, vó, tudo bem? Preciso de roupas novas. Umas bem estilo vadia, sabe? Mas que não mude meu jeito de se vestir, compreende? - Minha avó faz minhas roupas desde criança, assim como as das Dawn, ela tem um dom.

No dia seguinte eu levei alguns tecidos para ela, e assim que a semana foi passando, fui me engajando em entregar os panfletos da minha fraternidade, dei até um para o meu chefe que rolou os olhos. Enviei para os meus pais, postei nas redes sociais, comentei de forma anônima no meu blog, dei as pessoas da faculdade, e por fim estava livre. Ou talvez não.