09. - Friend of a friend.

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Na segunda-feira de manhã, levantei atrasada, nada novo. Encomendei o expresso de Justin enquanto me arrumava, e suspirei fundo, esperando que o céu brilhante lá fora me traga um dia bom. Corri com Reagan para o carro de Andie, enquanto ela praguejava conosco sobre estarmos atrasadas. Correr pelo campus já virou rotineiro, então cada um virou em uma direção fazendo isso, menos Mildred, pois seus saltos-altos dificultavam o movimento.

Neguei com a cabeça e me desabei a correr, quase caindo nas escadas quanto o chucks enganchou no vestido. Virei a esquina em suspiro, e parei derrapando, batendo no Justin que resolveu se instalar logo no meio, e por ventura, o mesmo virou-se rápido, derrubando além dos livros e papéis em seus braços, seu café extremamente quente em mim. O copo de plástico se quebrou todo, e ambos vamos para trás, eu puxando rapidamente o tecido contra o meu corpo.

Olhei indignada para ele.

— Ei! — Rosnei, irritada.

— Você esbarrou em mim! — Evidenciou rapidamente, enquanto balançava sua mão suja.

Grunhi, vendo a mancha no vestido amarelo, mas neguei com a cabeça. Tudo bem, isso não é nada. Abaixei-me rapidamente para ajudá-lo recolher os livros, porém parei, fitando alguns alunos a porta da sala, reclamando entre eles. Eu estou atrasada.

— O que está acontecendo? — Indaguei, indo para porta, à medida que notava que são alunos da minha classe.

— Palestra do professor Wallen. — Uma colega de turma respondeu, fazendo uma careta.

Eu a retribuí, negando com a cabeça. O professor Wallen é um jornalista que já foi colunista na New York Times há alguns anos atrás; agora está aposentado, dando aulas aqui na faculdade de Liberty, mas tem um problema sobre ele que todo mundo em geral concorda; ele odeia ser interrompido, e da última vez que uma menina chegou atrasada na aula dele, o mesmo a fez chorar.

— Qual é! — Praguejei, vendo uns felizardos como eu que chegaram atrasados, o que me lembra, Justin também chegou.

Voltei até onde ele estava, ainda recolhendo os papéis. Quando terminei de ajudá-lo, nos levantamos e ele riu, me fitando.

— Sardenta, me diz, você e sua avó combina de se vestir iguais, não é? — Ele ri tanto que seus olhos lacrimejam.

Eu levo minha mão na cintura.

— E eu achando que depois de sábado você seria uma nova pessoa. — O mesmo sorriu, erguendo uma sobrancelha.

— Depois de sábado? — Fez-se de desentendido. — Mas não aconteceu nada no sábado.

Eu o olhei, seriamente.

É claro que eu não esperava que ele fosse mudar da água pro vinho do dia para a noite, mas vai fingir que nada aconteceu? É demais.

— Olhe, você me confessando o que finalmente sentia por mim depois do que, hmmm... 16 anos? É, 16 anos, não sairá da minha cabeça tão cedo. — Ele deu de ombros.

— Está bom, mas nada mudou entre nós. — O mesmo riu, e tentou passar por mim, mas impedi.

— Desculpe-me, se nada mudou, por que se dar ao trabalho? — Justin suspirou, fitando-me como se fosse difícil de explicar uma coisa para uma criança.

— Estava me sentindo generoso naquela noite.

Eu não caio nela. Semicerro os meus olhos.

— Por que? — Insisto em saber. Ele não precisava me contar nada, afinal, quando falei sobre o Carson não exigi um segredo em resposta.

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