07. - Crossing the line.

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Fiquei tão irritada com sua resposta que nem prestei mais atenção no jogo, remoendo suas palavras, tentando encontrar algum sentido nelas, mas meu raciocínio é lento, o que dificulta tudo.

E após alguns minutos, com todo mundo absorvendo a conversa, as coisas saíram de controle, foi shots bebidos em corpos, foto íntima sendo mandada para cada um dos celulares da sala, desafio de sair pelado na rua, uma falsa transa e por aí vai.

Em determinado momento eu corri para longe antes que essa loucura me afetasse.

Abri a geladeira, e peguei uma garrafa de água, encostando-me no balcão, senti uma energia negativa me rodeando, e estreitei os meus olhos, vendo uma cobra; minha ex-namorada, Lyla. Me endireitei imediatamente, fitando-a com calma.

- Oi, Lyla, tudo bem? - Tento ser educada, mas o demônio é ardiloso; ela me encara com desdém.

- Um passarinho me contou que você está com problemas. - Levei a garrafa a boca, e a mesma aproximou-se de mim, passando pela porta.

- Que passarinho fofoqueiro. - Comentei em uma risada, preocupada. Quem está espalhando a fofoca?

- Então... - Ela aproximou-se mais, encostando no batente do qual estou apoiada. - Eu ouvi as perguntas em direção ao Justin, e sabe de uma coisa? Eu sei aonde ele esteve naquele um ano do qual ele desapareceu.

Curiosa, e instintivamente, me curvei sobre ela.

- Você sabe? - Proclamei, curiosa. O problema da Lyla é que assim como eu, ela consegue fazer amizades muito fácil, foi assim que nos conhecemos, então com isso, eu não duvido que ela realmente saiba, mas... - E me contaria?

- Eu não sei, o que você está disposta a dar pela resposta? - Dei uma risada maldosa. Se fosse dinheiro que ela quisesse, seria negociável, mas não é isso que ela quer de mim.

Eu não respondi, embora nem necessitasse, se tem algo que você aprende quando lida com humanos é que eles são facilmente voláteis, uma hora está com você, outra contra você. Eu suspirei, eu pessoalmente não queria que ela me odiasse, mas é tão difícil conciliar o que é melhor para você e o que é melhor para ela. Lyla é um amor, contando que você faça exatamente o que ela quer, como ela quer, quando ela quer. Mas droga! Ela é tão linda. Seus olhos pestanejam docilmente, e eu engulo o seco. Sua voz ressoa doce em meus ouvidos, e a mesma inclina-se sobre mim, vendo abertura.

- Por que não subimos lá para o meu quarto e conversamos sobre isso? - Sinto meu corpo mudar de temperatura imediatamente, e focada, pisco lento em sua direção.

Como eu disse, o demônio é ardiloso e supostamente encantador. Seu perfume me inebria, e por um momento eu esqueço porque a Dawn resolveu furá-la com uma faca.

Um pigarreio alto ressoou, retirando-me dos meus devaneios, uma garota do terceiro ano como a gente entrou na cozinha, mas ela fitava Lyla, animada.

- Lyla, já está tudo pronto. - A garota a encarou tímida, e eu franzi o cenho, fitando o demônio ao meu lado.

- Pode ir, já estou subindo. - Respondeu indiferente, e virou-se para mim.

- Vocês ainda estão jogando Verdade ou Consequência? - Ela concordou, silenciosamente. - Qual o nível da Consequência?

- Doze. - Deu de ombros.

Arregalei os meus olhos. Coitada dessa garota.

- Bem, pense sobre o que eu disse. - A mesma piscou, dando-me as costas, e eu suspirei fundo, negando com a cabeça. Por isso que eu não posso me aproximar, olha o que acontece.

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