12. - Door unlocked.

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14 de outubro, quinta-feira.

Assim que cheguei ao apartamento do Justin, liguei para os meus pais, cancelando a visita, fiquei enrolada com eles em uma vídeo-chamada que durou cerca de vinte minutos enquanto eles avaliavam minha história sobre o meu amigo. Ignorei todas as sugestões de um novo namorado ou namorada, porque afinal, eu não namoro. Namorei o Nathan, o único, há anos atrás, e depois que assumi que também gostava de garotas, eles esperam ansiosos que eu lhes apresente oficialmente uma, como se meu único problema em me prender ao relacionamento fosse homem.

Levei toda minha bagunça para o elevador, e o mantive aberto até que conseguisse arrastar todas as minhas tralhas, o que deve ter irritado alguns moradores com certeza.

Novamente, eu arrastei minha bagunça até o meu novo aposento; um quarto de hóspede que fica no primeiro andar, e perto da lavandeira. Não arrumei nada, apenas joguei-me na cama king-size e respirei profundamente, sentindo o cheiro de amaciante dos lençóis. Certamente Justin pagava alguém para limpar sua casa, porque de forma algum esse garotinho mimado lava seus próprios lençóis. Mas obviamente, ele fez isso para me irritar, e tudo porque é divertido para ele. Se ele não me desprezasse com tanto afinco, ficaria tentada a acreditar que ele gosta de mim.

Levantei-me renovada, vou ir para a academia.

E passei duas horas lá, suando como um cachorro, enquanto babava no personal trainer — ele é tão lindo, loiro, alto, bronzeado e surfista —, ele tem um sorriso lindo com covinhas que me fez esquecer de respirar toda vez que ele o faz. Eu devia dar em cima dele, pois segui-lo no Instagram e curtir todas as suas fotos não pareceu ter muito efeito. Mas outro dia. Hoje eu preciso me focar no meu caso perdido.

Voltei para casa no Ringo, sentindo cada músculo meu tremer dolorosamente. Tomei um banho quente e demorado, e mal conseguia mexer minhas pernas enquanto andava. Droga. Fui para a cozinha do Justin e abri a geladeira, muito bem abastecida, embora eu não conhecesse a metade das coisas que tinham ali, Justin tem um gostinho refinado, à medida que nasceu em berço de ouro, ainda que eu não visse negando um poderoso cheeseburguer quando oferecido.

Ainda que estivesse um porre de dolorida, preparei um ótimo jantar, crente que ele amaria. Após isso, sentei-me de frente a televisão, abrindo o Prime Vídeo e procurando alguma coisa legal para assistir. Provavelmente dormi no meio, porque acordei assustada no meio do tiroteio do filme. Fitei a frente, me sentando, atordoada. Meu Deus, que horas são?

— Deveria dizer para se sentir em casa? — Girei minha cabeça em direção a voz debochada, e abri um sorriso, vendo Justin na cozinha, de frente para o fogão, provavelmente esquentando o seu jantar.

— Já me sinto — falei, sentindo minha própria voz falhada e rouca aos ouvidos. — Que horas são?

Justin olhou o rolex de pulso e suspirou.

— Quinze para as dez.

— Nove e quarenta e cinco? — Repeti, carrancuda. — Isso é tarde. Aonde esteve?

Ele soltou uma risada, me dando um olhar que dizia: "Isso não é da sua conta."

— Justin, aonde você está quando saí da sua segunda faculdade e não vai para a academia? — Eu perguntei lá, quantas vezes ele aparecia, e a maioria que reparava dizia que ele parecia de 3 ou a 4 dias por semana, e que as vezes só no fim de semana.

— Por que você quer saber?

— Pura curiosidade. Rolam muitos boatos de você por aí. — Ele franziu o cenho.

— Que tipo de boatos?

— Ah, muitos... — Ele semicerrou os olhos, negando com a cabeça.

— Não vou cair nessa. Já jantou?

O Livro da ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora