25. - Verity - With wide open eyes.

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— Amorzinho?

— Sim, meu docinho? — Justin se inclina sobre mim, estreitando seus olhos amendoados em minha direção.

— Eu preciso de contar uma coisa — digo, sentindo minha língua pesada em minha boca. Olho ao redor, observando que estou em uma banheira. Por que entrei aqui mesmo? Não importa. Porque o teto não para de tremer? E, meu Deus, que vinho é esse? É doce e suave, e não tem aquele amargo no final, eu gosto, pelo preço...

— Conte — ele sussurrou, retirando alguns fios dos meus olhos, que já estavam grudados a testa. Está tãããããão quente aqui.

Eu dei um gole na garrafa em minha mão.

— Sabe que te amo, certo? — ele lentamente concordou, me olhando fixamente. Eu deveria bater nele, é um crime um homem te olhar assim. — Não me olhe assim, argh.

Ele ergue as sobrancelhas.

Não sou fissurada em sexo, mas estou em abstinência de contato humano.

— Assim como? — indagou, sua voz rouca sussurrante. Encosto minha cabeça contra a borda da banheira, estreitando os olhos. Seus olhos estão tão quentes agora, brilhantes e dourados, enquanto eu só estou pensando em como queria passar a língua em seu pescoço.

— Desse jeito, desse jeito que está me olhando agora.

— E de que jeito estou te olhando? Com amor? Só estou te admirando.

— Não deveria — resmungo.

— E por quê? Te incomoda? Já disse que te acho incrível? E linda? E tão, tão fofa?

— Sim, me incomoda, porque fico com vontade de te dar, e não, não disse, obrigada. E oh céus, não me chame de fofa, você por acaso pediria para alguém fofa sentar em seu pau? — Justin riu, e uma névoa trespassou por seus olhos.

— Eu certamente já te pedi isso, não? — o mesmo replicou, sua voz rouca preguiçosa, levando um arrepio a minha espinha, fechei os meus olhos, renegando o meu corpo.

Minha bunda doía.

Esse foi o primeiro pensamento coerente que atravessou minha mente.

Em seguida, notei que todo o meu corpo doía. Abri os olhos, notando uma superfície branca e lisa a minha frente, abaixei os olhos e vi um travesseiro e um cobertor sobre mim. O vestido branco do Réveillon eu ainda vestia, mas não conseguia me lembrar porque estou em uma banheira, ou porque dormi em uma, ou porque minha bunda doía. Eu a toquei de lado, apertando o local, é como se eu tivesse levado uma injeção das grossas.

Gemi, estralando o meu pescoço, à medida que meu corpo se esticava. Estou suando, sinto o calor do sol entrando em cada pequeno espaço desse quarto e minha cabeça dói como o inferno e eu pisco os olhos várias vezes para me acostumar com a luz clara do banheiro, vasculho ao redor, estranhando. Esse não é o meu quarto de hotel. Suspiro, me levantando. Onde estou? Saio da banheira, e caminho em direção a porta que já está aberta, me sentindo menos perdida quando percebo pelo menos que continuo no mesmo hotel, dado as cores das paredes e os móveis.

Fitei a cama, onde um casal jazia sem roupas, dormindo profundamente. Eles me pareceram levemente familiares. Pisquei rapidamente, procurando meu namorado; não encontrei, mas achei os meus saltos. De fininho e em silêncio, eu saí do quarto e corri pelo corredor. O que aconteceu?

Alguns minutos mais tarde eu encontrei o meu quarto, e adentrei nele, agradecendo aos céus por estar aberta. Encontrei Justin jogado de bruços sobre a cama, de pijama, dormindo tranquilamente, sem mim.

O Livro da ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora