19. - What the eyes don't see...

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06 de novembro de 2021 — sábado.

ASH GREMORY

Lady Gaga me acordou ao som de Po-po-po-po-poker face antes das seis da manhã e eu odiei completamente. Pisquei lentamente, atendendo a ligação, enquanto afundava o rosto no travesseiro.

— Alô?

— Oi, bom dia, querida. Te acordei?

— São cinco e trinta e quatro da manhã, mãe. Então sim, acordou — resmunguei, bocejando e de repente me ocorreu que ninguém liga às 5:34 da manhã se a notícia for boa. — Está tudo bem? O que aconteceu?

Me sentei contra a cama imediatamente e minha mãe respirou fundo.

— Fica calma, ok?

— Ok — respondi, mas não estava, meu estômago começava a se contorcer e o meu coração retumbar mais alto no peito. — Estou calma, mas só responda, alguém morreu?

— Sim — meu peito afundou, comecei a pensar nas possíveis pessoas da minha família que poderia estar com o pé na cova e... — Quer dizer, não, ainda não, mas vai, porém fica tranquila, não é ninguém que você conhece. Todo mundo está bem.

Ah.

Soltei um suspiro de alívio, e voltei a me deitar, sentindo minhas mãos trêmulas.

— Poxa, mãe. Quer que eu tenha um ataque?

— Desculpe, doçura, é que estou um pouco nervosa, as coisas aconteceram muito rápido.

— Certo. E então? O que aconteceu?

— A avó do seu pai está com o pé nesse mundo e outro no próximo e recebemos um telefonema duas horas atrás com a notícia que ela quer vê-lo.

Franzi a minha boca. Não entendo, eu pensei que os meus pais não tivessem qualquer contato com os meus avôs paternos, à medida que ele foi exilado e deserdado assim que decidiu se casar com a minha mãe.

— Não estou entendendo.

— Não me entenda mal, nós não temos contato mesmo com a família do seu pai, porém a avó dele deixou um testamento, e, que assim que ela morresse, seu pai deveria ser avisado. Além do fato, dela também querer vê-lo.

Ah.

Soltei um murmúrio de entendimento.

— Então quer dizer que o papai tem herança?

— De verdade, eu não sei, mas vamos descobrir. Estamos pegando o primeiro voo para a Carolina do Norte que a Dawn conseguiu achar e estamos indo. Isso me leva ao motivo da ligação, Dawn quer ir conosco, mas a Abba está em Las Vegas e alguém precisa ficar com as crianças, a casa de Clay fica longe daqui, por isso queríamos saber se você pode vim para cá e ficar até voltarmos.

— Eu vou sim, mãe. Mas tem alguma previsão?

— Não esperamos demorar muito, eu prometo. Desculpe acordá-la assim, querida. Estamos saindo em meia-hora.

— Eu entendo, bem, boa sorte!

— Obrigada.

Ela sussurrou e desligamos.

Cinco minutos depois eu arrumava uma mochila e de pijama, me encaminhei para o Ringo, estacionado em frente de casa e meia-hora mais tarde estava em casa, meus pais já haviam saído, mas Laken e Oaklyn estavam bem acordados. Nos deitamos no sofá e esperamos o sono nos embalar, o que não demorou muito. Acordei algumas horas mais tarde e Laken havia se recolhido para o seu quarto, Oaklyn babava ao meu lado e a sala já brilhava fortemente com o brilho do sol. Respirei profundamente, hora de ir trabalhar.

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