Shishio suspirou ao pegar o celular e as várias mensagens de Taki. Havia dito que não pretendia ir para a festa, afinal tinha muita coisa para estudar e nunca foi muito de gostar de festas, mas parecia que a garota não entendia muito bem isso. Deixou o celular sobre a bancada e pegou um copo, logo indo se servir de água. Enquanto tomava o líquido ficou pensando nas últimas semanas que teve com ela.
Jamais havia se sentido do jeito que ficava quando estava com ela. Parecia nem cansar de beijá-la e nem de sentir seu toque. Se perguntou se aquilo era o que chamavam de amor ou se era apenas o início de uma avassaladora paixão. De toda forma, fosse o que fosse, não tinha tempo para isso, havia muito o que estudar se quisesse se tornar um grande cirurgião um dia, como os pais haviam dito que seria.
Pegou o celular enquanto voltava para o quarto, o sentiu vibrar mais uma vez. Abriu a mensagem de Taki já com um suspiro imaginando ela pedindo para ele ir a festa mais uma vez, porém quando seus olhos percorreram o conteúdo, percebeu que não era nada daquilo. Era uma despedida. Taki estava "terminando" com ele.
Shishio parou no meio do corredor olhando para o celular sem saber como agir. Seu coração se apertou com uma aflição que sentiu apenas uma vez na vida, quando perdeu seus avós. Por sua mente passou todos os motivos para aquele sentimento estar ocorrendo e o porque devia ignorá-los.
- Filho? - ele piscou e olhou para a mãe que havia saído do quarto dela - Algo errado?
Pensou em dizer que sim, afinal ela era uma excelente cardiologista, uma das melhores da cidade, se não, a melhor, mas infelizmente não podia lidar com o problema no coração dele, pois este era algo emocional. A única pessoa que poderia ajustar aquilo era ele mesmo, e não ali, naquela casa. Ou por mensagem.
- Sim. Só... Preciso sair por um momento.
- Sair? Mas você tem que voltar para a escola mais tarde. - protestou a mulher. Sua aparência era perfeita, parecia não ter envelhecido nada desde a juventude.
- Eu sei. Vou chegar a tempo, é algo rápido.
Sua mãe não gostava daquilo, mas Shishio reiterou que seria rápido e que era algo muito importante, apesar de não explicar o que era, então se virou e foi saindo de casa, parando apenas para mudar o chinelo por sapatos enquanto chamava um Uber.
Foi um trajeto de apenas cinco minutos de um condomínio para o outro, mas ainda assim pareceu uma eternidade. Entrou na casa agradecendo ao empregado que abriu a porta e já seguia para os fundos quando notou Liang e Jessie acompanhando um Tomi completamente molhado. Os olhos dele se arregalaram de surpresa.
- O que houve? - indagou atraindo a atenção dos três.
- Tomi caiu na piscina. - disse Liang e os olhos de Shishio se arregalaram mais ainda, porém a garota tratou de o tranquilizar - Não foi nada de mais, está tudo bem.
- Vocês podem usar o quarto de hóspedes, enquanto isso pego uma roupa seca do Hiroomi, acho que serve em você. - Jessie deu um simples sorriso para Tomi antes de subir as escadas para área privada da casa.
O trio esperou a garota sumir de vista para então trocarem um olhar.
- Como isso aconteceu? - indagou Shishio encarando os dois. - Alguém viu a cauda dele?
- Não teve cauda. - Liang deu um sorriso curto trocando um olhar com Tomi.
- Não? Como não?
- Estamos namorando. - anunciou ela.
- Se um sereiano tem um elo verdadeiro com um humano, ele pode escolher quando quer que sua cauda apareça.
Se o queixo de Shishio pudesse cair, teria caído. Ele jamais foi do tipo que percebia as coisas, mesmo que às vezes a situação estivesse na cara dele, e como o casal sempre tentou ser muito discreto, nunca desconfiou que houvesse algo entre eles.
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Ningyo Ai
FantasyToki, Gareki e Shishio são melhores amigos, e em uma tarde de passeio eles encontram Umi, uma garota ferida em uma ilha isolada. Levam a garota para casa onde descobrem que ela é uma sereia, com um proposito em terra: encontrar o verdadeiro amor. En...