Capítulo 30

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O clima na escola estava estranho, não apenas por causa da chegada das provas de fim de ano, ou por causa do festival que a escola teria em algumas semanas, mas sim devido a tristeza em que Umi estava.

A morena agia como um robô, não tinha muito ânimo para nada. Seu namoro com Shota foi desfeito, apesar deles não terem contado nada para ninguém, já que se mantinham amigos, um se apoiando no outro, ambos de coração partido.

Eunwoo também havia voltado a se afastar de todos, imersa na tristeza de sua descoberta. Asuka tentou por duas vezes se aproximar, mas apenas bastava um olhar gélido da garota para ele voltar a se distanciar, estava abatido.

Os outros alunos estavam tão focados em suas notas que pouco percebiam esses dramas. Alguns tinham os próprios problemas para lidar. Menos ainda pareciam felizes o suficiente para se incomodarem com a seriedade e tristeza ao redor. Toki parecia perdido no meio de tanta gente triste.

- Cara, não vejo a hora de acabar as aulas. - comentou o loiro em uma tarde depois das aulas.

- Também. - suspirou Gareki.

- Tá com saudade da putaria ou de sair com a gente? - o loiro sorriu de lado.

O moreno vinha se mantendo distante do resto dos amigos, estava cansado de ser julgado pelo sentimento dos outros. Havia deixado as coisas claras, não podia ser culpado por algo que não estava em seu controle, apesar de se sentir imensamente incomodado ao ver a tristeza nos olhos de Umi. Por vezes pensou em se aproximar, mas sabia que fazer isso poderia significar dar esperanças a ela sobre algo que jamais faria.

- Os dois. - ele deu de ombros e olhou pro amigo - Por sinal, notei que você e a Reila não tem mais passado o dia inteiro pendurados um no outro.

- Ah, ela vive sem ânimo agora. - ele deu de ombros e logo sorriu levemente. - E também, já meio que tô de olho em outra pessoa.

- Cuidado, essas três são encrenca.

- Eu sei, mas ela deixou claro que não queria nada sério e não parece mais tanto na minha também. - deu de ombros novamente.

- Aí que mora o perigo, mano...

Ambos estavam certos. Toki tinha que ter mais atenção com Reila, pois não era uma simples falta de ânimo que acometia a garota. Ela andava triste pela irmã, que logo teria que voltar ao mar e que teria que ir junto.

- Taki... - chamou a atenção da irmã deixando de lado a atividade que nem ao menos tinha vontade de fazer. - será que se a gente fosse falar com o papai, ele não deixaria a Umi e eu ficarmos um pouco mais? Afinal, encontrar o amor não é tão fácil assim.

- Ela encontrou o amor, Reila. O problema é ele não a amar de volta. - respondeu a gêmea sem tirar os olhos do livro que estava sendo obrigada a ler para as provas. - Além do mais, ele nunca ia concordar com isso. Sabe que Papai nem ao menos queria Umi aqui.

Reila suspirou profundamente e tocou a barriga, sentia novamente um pouco de enjoo. Ficava assim de vez em quando, mas isso já estava começando a lhe preocupar, poderia ter pego alguma doença.

- O que foi? - perguntou Taki notando o estado da irmã.

- Nada, só um pouco enjoa-...

A garota levantou e saiu correndo do quarto, entrou no banheiro feminino quase sem ter tempo de abrir a tampa do vaso para pôr o jantar para fora. Liang, que estava ali, olhou a cena e franziu a testa, se aproximou do box e bateu na porta para chamar a atenção da garota sentada no chão frio do banheiro.

- Você está bem? - perguntou delicadamente.

- Acho que comi algo estragado. - suspirou Reila dando descarga no vaso.

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