Uma fumaça saiu do chapéu envolvendo todos, naquele momento o chão rachou e eles deslizaram para além da escuridão, gritando feito loucos, eles caíram, sendo arrastados para dentro de Húngara, a ruína dos mortais. Caindo um por um em uma grande caverna escura e profunda, de ribanceiras altas, tudo era sombrio e úmido.
- Todos estão bem? - a voz de Odroel se projetou no escuro.
- Sim - disseram todos.
Não dava de enxergar nada.
- Use o bastão Ennalfine, para trazer a luz - balbuciou a voz de Iurandal.
Ennalfine deu uma pancadinha no Tsax e uma luzinha brilhante se acendeu na ponta do bastão, suficiente para deixá-los ver o caminho à frente. Assim eles seguiram, apertando bem os olhos. As paredes aparentavam terem sido esculpidas por escultores. Lá se foram. Encararam a escuridão à frente, seus passos batendo de chapa na terra seca de Húngara.
- Quaisquer sinais de movimento estejam atentos, essas ruínas escondem grandes segredos e mistérios, com certeza criaturas devem morar por entre essas rochas - falou Odroel. - Todo cuidado é pouco.
Aquele túnel se mantinha mais silencioso do que a floresta, pois parecia um sepulcro. Os heróis viraram uma curva e continuaram.
- Tem alguma coisa ali - hesitou Dres, selando os lábios.
Bem à frente deles havia uma mina de esqueletos e crânios de animais grudados em teias pegajosas e colantes. Os jovens entraram em uma rachadura e continuaram entre as rochas. Odroel olhou o mapa e avançou sem parar, já estavam bem cansados, pararam um pouco, comeram e andaram cada vez mais depressa, ali parecia estar sem ar, por que de vez enquanto eles ficavam sufocados, um cheiro forte abraçou todos naquele momento, fedia a enxofre ou a carne em decomposição, os guerreiros não estavam gostando nada daquilo. Ouviram pinças batendo uma sobre as outras. Uma gosma pingou em Ennalfine.
- Que coisa nojenta é essa? - perguntou ela, mostrando para os outros.
- Isso é veneno! - Odroel falou rápido.
Em cima deles, suspensa, enroscada em vários fios uma gigantesca aranha do tamanho de um elefante, de olhos amarelos e agressivos, cheia de pelos aterrorizantes e sanguinários, cheia de maldade. As pinças tilintavam cheias de veneno. A coisa ameaçadoramente se jogou sobre os jovens cambaleando com suas oito pernas, eles saíram desesperados pelos túneis de Húngara. Na extremidade do abdome mexia um monte de tubinhos onde encontravam fiandeiras produtoras de seda com a qual ela construía suas teias.
- Por aqui - berrou Odroel, energicamente entrando em uma pequena abertura.
A imensa aranha flamejante de ódio, doida para matar os invasores e faminta por carne fresca, se jogou na abertura tentando pegá-los com as pinças. Eles se jogavam entre as aberturas, babatando pelas paredes. Odroel dobrava curvas e mais curvas entre colunas de pedra, chegando a um buraco sem saída.
O bicho deslizou bem devagar, se aproximou e tentou injetar os palpos afiados em Odroel, que cravou sua espada na perna do bicho,quando os outros avançaram contra a aranha, ouviu-se um estrondo e a terra fendeu-se numa profunda cratera e os seis desabaram precipitando para o fundo do buraco escuro e sem fim. Eles desceram para além das profundezas de Húngara, abaixo as rochas se abriram e os jovens se separam. Dres, Annael e Iurandal se envolveram numa rachadura e desapareceram de vista, ao mesmo tempo em que Odroel, Ennalfine e Senaril voavam a uma grande distância da superfície.
- Senaril! - Ennalfine gritou,
o vento soprando todo seu corpo. - Faça alguma coisa ou morreremos com o tombo.Entretanto foi tarde demais, os três caíram numa cilada, numa grande tarrafa de linhas e ficaram grudados, no pé dos fios tinham enormes aranhas.
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Azzerutan
Fantasy#🥇 Lugar em Fantasia, no Concurso Sparkle. #🥉 Lugar em Melhor Sinopse, no Concurso Golden. O Maldoso Coração de Pedra planeja dominar Mindron, escravizar seu povo e se tornar Rei. Há somente duas coisas que o impedem: A poderosa magia de Azzerutan...