Capítulo Dez Torre Alta

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Os gigantes aproveitaram a trilha, elaborada por eles há muito tempo entre as montanhas do Monte Hermom. Eles foram devagar olhando por um lado e outro. Ouviram uivos de lobos e resmungados de Carrascos e Sentinelas, além disso, havia outras criaturas naquelas bandas. A Floresta Vermelha era igual sangue, não se via nada verde, e nem marrom apenas um mar de troncos altos e folhas avermelhadas. Do outro lado se via a grande Torre, poderosa e onipotente. Entre a floresta eles avistaram os Lubins, as Sentinelas e os Carrascos conduzindo os imensos Ortsmos de cabeça achatada, com ramos no lugar de cabelos, possuíam um corpo pesado e forte, cheio de pedregulhos. Seus pés aplanados e grosseiros. Eles tinham três olhos.

- Se escondam - sussurrou o gigante.

- Como vamos passar? - perguntou Annael.

Os gigantes se olharam.

- Pensamos em tudo - disse um trasgo, inteligente.

Eles caminharam na direção leste da floresta e ali oculta, entre as folhas, se encontrava um grande alçapão de ferro.

- Iremos atravessar por baixo da floresta, sem ninguém perceber - disse um gigante de olhos azuis.

Todos ficaram surpresos.

- Sairemos ao lado da Torre e atacaremos de surpresa - disse outro gigante.

Naquele momento, muitas sombras passaram por cima deles.

- Quem são? - perguntou Odroel, tentando conhecer as criaturas que flutuavam no ar.

- Não pode ser?! - Ogum se perguntou atormentado, olhando para os jovens.

- Rápido, para dentro! - gritou um gigante.

Todos entraram depressa, descendo pelo grande túnel.

- O que são aquelas criaturas? - perguntou Senaril, paciente, quando o último gigante fechou o alçapão e o primeiro foi acendendo as tochas.

- Aquelas criaturas não são desse mundo - explicou um dos cavaleiros sem rosto. - Aquilo que vocês viram lá fora, são os Avejões.

Os gigantes se entre olharam e engoliram em seco.

- O coração de pedra os convocou para guardarem a Torre, sem dúvidas - disse Ennalfine, inteligente.

- Temos que tomar muito cuidado com os Avejões, eles são criaturas estranhas, tão maléficas quanto o próprio demônio. - disse um Trasgo.

- Eu já vi um de perto - contou um Cavaleiro sem rosto. - Eles são como gênios, possuem apenas um fiapo no lugar de pernas, seu corpo se iguala ao de um espírito, no entanto, sua cor amarelada com faíscas vermelhas chama a atenção. Possuem olhos negros e boca vermelha amarrada com linhas. Quando voam deixam suas sombras para trás. São silenciosos e atacam desprevenidamente. Trazem uma cabaça capaz de prender a alma de qualquer um para sempre, eles vieram das profundezas de outro mundo.

- Melhor não chegar perto dessas criaturas - Ogum falou em um tom abafado.

Os jovens continuaram caminhando, roçando os pés na terra fria. O túnel parecia cada vez maior, de vez em quando, grandes raízes apareciam tentando impedi-los de passar.

- Acabamos de receber uma mensagem - disse um dos sem rosto. - Nosso líder já está aqui, ele e o exército e trouxeram reforço. Estão esperando o momento certo para atacar.

Ogum respirou.

- Daremos o sinal - bradou o sem rosto, enviando a mensagem para o seu líder.

Eles continuaram caminhando, ouviram grandes estrondos, que fizeram a areia do túnel cair.

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