Capítulo Onze As Masmorras de Ótan

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Aquele foi um dos dias que eles jamais iriam esquecer. Agora mais uma vez eles deveriam prosseguir com sua jornada para Tirante, a última parte onde o último coração deveria ser colocado na Torre Godeme em Calvário, só assim Mindron poderia voltar a ser uma Terra completamente feliz, onde a alegria dos seres seria eterna. Porém, Maldemon os aguardava, cheio de ódio e maldade, reservando para os jovens as piores coisas.

Quando o dia amanheceu, eles abasteceram os navios, organizaram as armas, se aprontaram para a batalha. Várias pétalas rodopiavam no ar e essas se tornaram Azerutan. Mesmo em forma de pétalas, ela estava linda e elegante. Tão radiante quanto a luz do sol. Esbanjava o aroma dos perfumes mais deliciosos do mundo.

— Olá, meus filhos! — começou ela, enquanto todos se ajoelharam surpresos —, estou tão feliz. Tudo está mudando, Mindron está se tornando feliz, nosso mundo está virando um mar de sonhos e encantos. E vocês são a chave de tudo isso. As criaturas agora podem respirar melhor, beber uma água limpa e saborosa. As árvores conseguem rir e se deliciar das terras. Quero agradecer a todos e novamente desejar boa sorte.

Houve uma pausa.

— Agora tenho uma notícia para dar a todos — disse ela, flutuando como borboletas no ar.

Annael coçou as sobrancelhas.

— O grande e poderoso mago, aquele forjador dos amuletos de poder, está vivo — houve cochichos e sustos. — Éden está vivo!

— Éden está vivo! — repetiu Ogum. — Pelas barbas de Olorum?

— Éden? — perguntou Zamus, pensando ter ouvido errado.

— Minha Rainha Rei, onde ele está? — perguntou Áquilas, prestimoso.

— Que notícia boa! — disse Guimel, alegre.

As pétalas voaram para perto de Áquilas.

— Éden está preso nas Minas Vulcânicas — disse Faulora suavemente —, ele está sendo envenenado.

Guimel engoliu em seco.

— Temos que agir rápido — falou ele.

— O veneno daquele que diz ser rei é muito maléfico — falou Dauinj. — Não Podemos esperar.

— Sim — confirmou a Rainha Rei. — Com Éden livre será impossível o coração de pedra não cair é mais uma chance que temos de salvar o mundo, juntos derrotaremos o senhor das sombras para sempre.

— Mais por onde começaremos? — perguntou Odroel. — O que você sugere minha mãe?

Azerutan se balançou.

— As Drias estão esperando vocês na Floresta Conífera, depois do rio. Entrem pelas Masmorras de Ótan e assim chegarão às Minas Vulcânicas onde salvarão Éden. Obrigado Grei de Éden — e, dizendo isso, Faulora desaparece junto com as pétalas.

O vento soprou.

— Vamos se preparem — pediu Áquilas. — Temos que ir.

Os guerreiros entraram nos grandes navios. Os gigantes, trasgos, ogros e cavaleiros sem rostos foram pela terra, sempre de olhos bem abertos, Nagô ia monitorando. Passaram pelo Lago Urmia, suas águas agora se mantinham límpidas e cheirosas, as sereias e delfins nadavam e pulavam aplaudindo os heróis que passavam por ali, algumas delas jogavam flores, e cantavam uma bela canção desejando sucesso a todos.

A Luz de Abel deixava tudo tranquilo e alegre. Não existia motivo para desistir da vida. Logo em seguida deram adeus àquelas maravilhas, deixando para trás todo aquele mar de pureza e magia.

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