20 장 | 2

312 51 46
                                    

Jung-ho terminou de escrever sua carta e foi rapidamente pegar o Ami. Seus planos eram: levar o cachorro ao amigo do Jungkook, o veterinário; ir para casa do seu colega e enfim, possivelmente, seguir com ele para as diversas viagens de ultima hora. Seria sua nova antiga vida, e ele havia gastado sua tarde inteira pensando nisso.

O garoto provavelmente não se arrependeria. Ele não podia mais morar com seu irmão, iria apenas atrapalhar o andamento do conto de fadas do mais velho. Ele era sim uma grande pedra no sapato do outro, e sabia muito bem disso. Por isso, iria embora, para, finalmente, não ter que carregar o receio em suas costas.

O mais novo tinha medo de deixar seu irmão com raiva, tinha medo de chateá-lo. No passado, ele sabia que, com sua partida, o mais velho ficaria desamparado, porém, agora estava tudo seguindo nos trilhos certos, o garoto não precisava mais ficar ali. Ele não precisava se machucar, novamente, por ter deixado o Jungkook para trás. Porque, agora ele sabia que sua partida não faria tanta diferença.

Então, assim que entrou no táxi, ele sorriu, tentando colocar na sua cabeça que aquela era realmente uma boa alternativa e que seus atos não eram tão maldosos. Afinal, ele partiria para encontrar sua felicidade, mesmo sabendo que preferia ficar com o irmão.

Jungkook era realmente sua pessoa preferida, era a única que ele daria sua vida para o salvar.

—Pode passar no veterinário antes? —pediu, assim que viu o taxista estranhar ao vê-lo entrar com um cachorro. O homem de idade concordou, dando partida no carro.

O garoto colocou a música Train Wreck do James Arthur para tocar, conectando seu fone ao seu celular. Ele fechou seus olhos e escorou a cabeça do acento da frente, deixando o cachorrinho deitar em seu colo.

De repente, sentiu um bolo se formar em sua garganta, como se quisesse gritar, ou melhor, como se quisesse chorar. Ele provavelmente estava tomando a pior decisão da sua vida, mas não percebeu isso a tempo de mandar o taxista parar.

As lágrimas escorriam em uma pressa extrema, seu choro era silencioso, mas, o motorista pôde perceber. Ele não sabia o que dizer, então apenas continuou calado.

Jung-ho estava mesmo precisando de ajuda, ele queria mesmo um ombro que pudesse chorar, sem que fosse o seu próprio. Ele não conseguia lhe ajudar sozinho, ele não conseguia seguir sem que alguém dissesse que tudo ficaria bem. Talvez, jamais ficasse bem. Ele era um garoto azarado e não seria agora que a sorte o seguiria.

Ele tinha noção disso, sabia que era um garoto arrogante as vezes, que era desagradável, que desapontou o seu irmão várias vezes, que o machucou, que teve o sangue dele em suas mãos por uma briga infantil. Ele sabia que era uma pessoal horrível por ter deixado o irmão para trás quando ele mais precisava, por ter o levado para o hospital e não ter ficado nem mesmo uma hora.

O Jung-ho realmente não conseguia suportar nada sem desabar, sem se esconder na escuridão, sem se calar para o mundo e sentir seu coração quebrar tão rapidamente. Ele já estava no chão a muito tempo, o concreto não lhe machucava mais. Ele havia caído tantas vezes que já não sentia mais dor.

Ele apenas se sentia vazio, seu coração se amassava em meio as chateações que ele insistia em engolir. Ele nunca desabafou com seu irmão, sendo sincero no que realmente sentia, e agora ele sabia que não teria mais chances. Era o seu fim? Ele passaria o resto da sua vida assim? Sendo esmagado por si mesmo, chegando tão fundo ao ponto de morrer sem ser lembrado, ao ponto de não ir mais a lugar nenhum.

Ele não rezaria, ele já não acreditava mais nisso, ele já não acreditava em mais nada.

Sua vida era um completo tédio... Era, na verdade, um completo vulcão, que, inesperadamente explodia. E ele havia explodido dentro de um carro que ao menos era seu, ele havia mostrado toda a sua dor com seu choro, agora não mais silencioso, para uma pessoa desconhecia, tal qual não lhe ajudaria.

Cálida neve {jjk+pjm}Onde histórias criam vida. Descubra agora