17 화

287 44 72
                                    

Aquela carta veio como uma enorme onda de calor para cima de si, que estava fazendo sua pele arder tanto ao ponto de formigar. As palavras daqueles parágrafos tão curtos estavam como eco em sua mente, repetindo várias e várias vezes, até sumir no grande redemoinho que se formou em seus pensamentos.

Tudo que ele estava lhe contando, com palavras tão melancólicas, cortava-o profundamente. Seu rosto estava extremamente quente, as lágrimas se tornaram inevitáveis. Sua euforia se submergiu na dor que sentiu em sua leitura. Ele queria tanto que o outro estivesse ali agora, para poder lhe abraçar e dizer que não deixaria que aquilo acontecesse consigo novamente, diria que teria esperanças, diria que o relacionamento deles iria durar sim, diria que tudo continuaria bem.

Jimin havia passado por mais problemas do que podia imaginar. Ele se sentia sujo por ter dramatizado o que sofreu, não era nada comparado ao que o outro teve que suportar. Ele escolheu se afundar, mas o outro foi afogado por outra pessoa.

O garoto queria, realmente, não ter lido tais palavras. Ele ficou acordado a noite inteira, sem ter coragem para reler aquela carta, deixando-a na mesa da cozinha, sendo manchada pelas gotas de café que antes havia deixado cair sobre a mesa.

Toda a alegria que sentiu naquele dia foi embora tão rapidamente que ele nem mesmo percebeu quando o dia amanheceu. Seu irmão saiu do quarto, cambaleando de sono, bagunçando os seus cabelos enquanto ia até o banheiro. Ele saiu poucos minutos depois, gritando alto quando viu o Jungkook parado perto da janela, encolhido em um enorme cobertor.

—Por que acordou tão cedo? —Jung-ho perguntou, um pouco receoso de chegar perto do outro. Ele não soube explicar, mas sentiu medo com a possibilidade da justificativa ter sido uma crise. —Jungkook? —o chamou novamente, indo até ele na ponta dos pés, cutucando-o quando finalmente chegou perto. O garoto mais velho virou-se para si, lhe encarando profundamente. —Ai que horror! —gritou mais uma vez, dando um sobressalto.

O garoto estava com olheiras profundas, sua expressão estava cansada, mas ao menos tempo, muito triste. Ele parecia um cachorrinho abandonado, então, mesmo sem saber o motivo, o seu irmão lhe abraçou, alisando seus cabelos de forma carinhosa.

—Eu vou fazer seu café... Tome um banho. —pediu, alisando uma última vez as madeixas escuras do outro. O Jungkook assentiu, sem questionar, pois sabia que seu estado pioraria se ele continuasse assim. Não havia um motivo tão estrondoso para tamanha tristeza.

Após comerem, o Jung-ho tentou lhe animar o levando para passear. Eles passaram pelas lojas do centro da cidade, experimentando roupas e procurando alianças bonitas. Os dois irmãos passaram em uma lanchonete fofinha com tema de ursinhos, para enfim lancharem. Eles saborearam o macarrão com carnes em formatos de corações, e depois tomaram sorvete de morango. O mais novo estava realmente tentando fazer de tudo para ver o outro animado novamente, aliás, aquele seria um dia importante na vida do Jungkook.

Á noite, enquanto o Jeon tomava banho, o outro garoto arrumava a roupa com que o mais velho usaria no encontro. Ele escolheu o melhor sapato e anéis caros, que combinavam com as alianças que compraram. Jung arrumou seu irmão, penteando seus cabelos e escolhendo um perfume bem forte.

O garoto mais velho havia ficado deslumbrante. Seus cabelos negros como a mais assombrosa escuridão, estavam alinhadinhos. Seu rosto estava jovial, macio como pele de bebê. Ele usava uma blusa xadrez, preto e branca, com um smoking de cor cinza, com o paletó repleto de desenhos e frases aleatórias. A roupa estava formal, mas com um toque despojado, divertido e moderno.

—Magnífico. —Jung-ho disse, aplaudindo a si mesmo, pois ele quem o arrumou. —Você tem sorte de ter um irmão com bom gosto. —sorriu gozador, cruzando seus braços.

Cálida neve {jjk+pjm}Onde histórias criam vida. Descubra agora