—Estou pensando em mudar de cidade... Achei que aqui seria tranquilo, mas, todo dia tem uma notícia ruim! —uma mulher gritou, fofocando com uma outra, que concordava com tudo que dizia, enquanto descascava batatas.
—Não somos nós que temos que nos mudar, e sim os Jeon e os Park. —uma outra moça chegou até elas, se encolhendo no grande casaco rosa. —A família Jeon é rica, cheia de pessoas famosas. O que esses garotos estão fazendo aqui? E a Park... —iria completar, no entanto, nada veio em sua mente. Aquela era uma família cheia de contras, mas, não tinham motivos para sair dali, por conta própria. Afinal, ninguém era rico e não tinham outros parentes fora dali.
—Eu acho que vocês devem parar de mandar as pessoas para fora da cidade! Embora eles causem complicações, é o que anima esse fim de mundo! —a que ficou calada por tanto tempo, finalmente deu sua opinião, rindo logo em seguida quando a mais velha lhe deu um tapa na nuca. —Afinal, não foi aquele pobre garoto que causou o acidente. —finalizou, voltando a cortar seus legumes.
As outras duas se olharam, cruzando os braços, conversando com o olhar.
A notícia do acidente com o Jung-ho se espalhou rapidamente, até porque aquela cidade era realmente minúscula, e toda fofoca se espalhava como luz, tão rápido que ninguém percebia. Criaram uma manchete em seus pensamentos, sempre mencionando o pobre cachorrinho, que foi metido, de acordo com eles, na confusão da família Jeon. Apesar disso, era como a vizinha tinha dito, o garoto não tinha culpa, ele não poderia prever aquele acontecimento.
Enquanto todos se enchiam de questionamentos, as ruas se lotavam, todos haviam, finalmente, se juntando, encontrando pessoas que por tanto tempo evitaram. As cafeterias se esquentaram com a quantidade de público, que compravam cafés fortes para ficarem bem acordados e não perderem nada.
Os cidadãos eram como detetives, descobrindo até mesmo que a Dinah estava no hospital e que o casal teve um grande encontro no mesmo dia do acidente. Eles criavam suas próprias histórias, mesmo sem conhecer sequer um quarto do que realmente acontecia no meio daquelas famílias.
As pessoas insistam em encher escabrosidades a todos aqueles acontecimentos comuns. Uma novela? Talvez fosse.
Era como uma escola, onde se formavam grupinhos para falar apenas de um outro. Não tinham nada haver com a história deles, porém, era como também diziam: somos uma grande família, devemos meter a colher a qualquer coisa que trouxerem.
—Será que eles ficaram muito tristes? Fiquei sabendo que o tal de Jungkook estava querendo adotar uma garotinha. —a moça bordada em rosa voltou a dizer alto, se aproximando um pouco mais, pegando uma pequena cadeira e uma almofada quentinha, para que sentasse bem ao lado da cerca das vizinhas.
—Certamente. Eles eram muito unidos. —a que mexia em seu cabelo, entrou rapidamente na conversa, não se contendo em pegar uma cadeira também.
—Unidos? Não se lembra de todas as brigas que esses dois irmãos causavam? Jungkook já teve uma overdose e afastou o outro. Acha que isso é união? —contradisse, começando a mexer em seu grande cabelo.
—Você é uma boba, né? —riu, vendo a outra moça ainda caladinha, com a cabeça baixa. —O Jung-ho voltou para casa, há uns meses atrás. Ele passou a trabalhar na cafeteria Ami, para completar. Então, é claro que fizeram as pazes. —voltou a rir, cruzando suas pernas, mostrando a calça cheia de bolinhas, que havia sido escondida pelo roupão.
—Não ficou sabendo que eles brigaram na praia? Houve um grande tumulto lá. Disseram que o Jungkook tentou cometer suicídio. —disse baixinho, levantando sua sobrancelha, tentando afirmar para a outra que eles ainda se odiavam.
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Cálida neve {jjk+pjm}
RomanceNo encontro de almas gêmeas, nem o destino pode os separar. Há um amor forte o bastante para os fazer permanecer de mãos dadas, mesmo em meio as trevas. Jungkook se escondeu no escuro por tanto tempo, que se esqueceu de apreciar a magnitude do céu. ...