제 2 장

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Eu acabei perdendo o ônibus, de novo... —parou de falar, ficando em silêncio, escutando o ronco da outra pessoa na linha. —Ei, você está me escutando? —perguntou tristonho.

—Estou sim, continua falando... —respondeu sonolento.

—Você é meu psicólogo e eu estou te pagando. —resmungou, se jogando no sofá velho e empoeirado. —Me desculpe por te ligar tantas vezes mas eu preciso de ajuda... —Se lamentou, sentindo lágrimas quentes escorrerem novamente sobre seu rosto.

Suas mãos estavam trêmulas e ele mal conseguia segurar o celular. Ele tentava parecer calmo para não acabar surtando e seu psicólogo o diagnosticar com caso de urgência e mandá-lo para um hospício. Suspirou cansado e disse:

—Eu vou te deixar em paz.

—Calma! —gritou de modo descomunal. —Jeon, você tem que relaxar. Me escute. —O garoto ficou atento, se sentando corretamente no sofá imundo. —Eu não sou só seu psicólogo, sou seu amigo. Você não está sozinho, tem a mim.

—Mas... Você não estava me atendendo já faz três dias... —começou a enfiar seus dedos nos buracos de sua calça, a rasgando mais ainda.

—Eu sinto muito, eu estava de mudança... —Se explicou, cabisbaixo.

—Por conta da sua mudança eu fiquei chapado de pílula! —gritou desesperado rasgando uma enorme parte da sua calça velha, de marca falsificada.

—Jeon. —chamou sua atenção mas o garoto continuou gritando coisas desconexas. —Jeon! —Ele se calou, um tanto assustado com o tom alto e rude. —Eu sei que você está na casa dos seus pais, então, sai daí. Volte para sua casa, eu te acompanho, prometo que não irei dormir.

—Mas... um cara vai vir aqui daqui a pouco... —seu psicólogo o interrompeu com um suspiro alto.

—Como você tem coragem de dizer isso para mim? Você não vai esperar ele chegar, vá embora agora! —ele estava exageradamente estressado, não deveria, pois o garoto era seu paciente e teria que manter total calma, mas era de madrugada, ele estava com sono e mal conseguia conversar direito.

Jungkook não disse mais nada, apenas se levantou e andou até a porta, mancando por conta de uma cãibra na perna.

Subiu em sua bicicleta, ligando seus fones, escutando jazz hop, que era uma das únicas coisas que o acalmava.

—Eu sinto muito por não ter lhe atendido, Jeon. Não quero ser a pessoa que piora seu estado, quero te ajudar. —disse baixinho para não tirar o garoto do seu momento "relaxante".

Ele não respondeu, apenas continuou pedalando, se esquecendo por um momento de para onde estava indo.

Chegou em casa e se despiu de suas roupas sujas e em péssimo estado. Entrou no chuveiro, sentindo a água quentinha cair sobre seu corpo.

—Posso contar sobre meu dia? —perguntou tímido, não por estar tomando banho com seu psicólogo no telefonema, mas sim por medo dele estar dormindo.

—Claro. —respondeu de modo brincalhão.

—Eu tirei folga no meu trabalho... —dizia enquanto se ensaboava com o auxílio de uma esponja macia de cor amarela.

—Qual dos trabalhos?

—Do asilo... Então com meu tempo livre eu fui a uma exposição de quadros e eles me ofereceram uma aula experimental de pintura... —Sorriu satisfeito e entusiasmado.

—Oh, isso é ótimo. —riu genuinamente.

—Eu também conheci um garoto, só que foi ontem... Quero dizer, apenas o dei aquecedores de mãos... —disse, receoso do que sentia.

Cálida neve {jjk+pjm}Onde histórias criam vida. Descubra agora