11 화

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 Aquela fora uma decisão difícil. Demorou exatamente três semanas para que o Jungkook volta-se aos trilhos certos, para que ele se sentisse bem o bastante e finalmente decidisse o que faria. Foram longas noites sem dormir, e suas olheiras já eram visíveis, foram dias inteiros jogados fora apenas porque ele estava sempre focado em seus pensamentos, não se importava com nada em volta.

Seu irmão, Jung-ho, ficou tomando conta da cafeteria pelos seus dias de falta. Ele não era um bom funcionário, e muito menos um bom chefe, mas ele precisou se dedicar, para não vacilar com o Jungkook, este que estava tão mal que até ele próprio não dormia direito, por pura preocupação.

O Jimin também não estava diferente. Parecia que, conforme os dias iam se passando, mais a vida dele ia embora. Todas as cores já estavam se manchando, ficando tudo preto, e ele não se importava, ninguém importava. Sua vida estava ficando chata, igualitária a vez que deixou o Sebastian. Mas, desta vez, ele não se sentia livre, não se sentia feliz, e muito menos de bem com tudo que acontecia agora. Ele se sentia, na verdade, triste, pois o que mais queria era poder voltar ao passado, ver sua avó bem e seu amigo Jungkook também.

Ele não sabia ao certo porque o outro andava tão cabisbaixo. Jimin pensou que talvez fosse por conta da briga que tiveram, mesmo ele achando que aquela conversa fora civilizada. Mas, ele enfim se tocou que nunca saberia o real motivo, pois o Jeon não lhe contava nada. E nem ele contava , mas, o garoto nem se deu conta disso, e ficou apenas chateado com o Jungkook, e sua consciência não ficou nem um pouco pesada.

Era injustiça jogar a culpa toda nele, mas o Jimin não ligava nenhum dos fatos, não procurava entender o que ele tinha dúvida, ele apenas tirava conclusões precipitadas e, no fim, acabava ficando chateado com a pessoa errada.

Porém, naquele dia, o Jungkook estava ali na porta do asilo, esperando duas crianças, até então desconhecidas, para um passeio. E é claro que o Jimin iria, pois ele queria ver com os próprios olhos se o que o garoto havia escrito na carta mandada dias atrás era verdade.

Mesmo depois de ver de longe o seu amigo encarando duas menininhas virem até o mesmo, cantando, ele não acreditou. Mesmo vendo com os próprios olhos, ele achou que estava sonhando. Talvez, por tanta tristeza acumulada, ele estivesse delirando.

—Olá, prazer em te conhecer Jeon... Junkook? —uma garotinha loira tentou dizer, e a Violet, já conhecida pelos dois jovens que ainda não haviam se visto, apenas riu do erro da outra, mas rapidamente a corrigiu. —Jungkook. —sorriu largo, apertando a mão grande do garoto. —Me chamo Hilary, e você? Oh não... Eu já sei seu nome. —se corrigiu de prontidão, rindo de si mesma, mexendo as mãos como se estivesse espantando as frases mal pensadas.

—Eu estou imensamente feliz! —desta vez, foi a Violet quem disse, gesticulando, também com as mãos, o tamanho da sua felicidade. —Sabe o que eu pensei? Que você estivesse me convidado para passear apenas para me derrotar. Saiba que, de acordo com a Dinah, eu sou uma rainha, portanto, tenho muitos aliados para lutar no meu lugar. Não vai achando que eu sou fraca não, Jungkook. —disse brincalhona, mas em tom sério, fazendo expressões de deboche e liderança.

—Bom dia, meninas. —Jimin cumprimentou, fazendo o Jeon dar um leve sobressalto ao ouvir a voz do garoto bem por cima do seu ombro. Ele lhe deu um abraço de lado, quase passando despercebido pelo outro, e então se pôs ao seu lado, o encarando de relance, dando algumas olhadelas significativas para que ele entendesse que iria querer conversar depois.

—Vocês não têm ideia do trabalhão que eu tive para sair do... —Violet começou a dizer, mas logo interrompeu a si própria, percebendo que, por um erro pequeno, iria dizer que morava, na verdade, em um orfanato. —Não podemos demorar, pois tenho aula daqui algumas horas. Aliás, essa é a Hilary, a garota que eu mencionei na minha carta. Você leu? —perguntou esperançosa, juntando as mãozinhas e se aproximando do Jeon, este que não havia dito sequer uma palavra. Ele estava completamente congelado, sem saber o que dizer ou fazer.

Cálida neve {jjk+pjm}Onde histórias criam vida. Descubra agora