confissões de um bêbado

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Nos tempos atuais...

Passaram-se horas, dias, semanas, um mês desde o dia em que Jisoo saíra correndo após encontrar Mingyu no banheiro, e desde então, nunca mais apareceu na faculdade. Suas faltas aumentavam, provas importantes eram perdidas, e seu grande sonho de se formar em direito e ser promotor de justiça, ia se correndo por água abaixo. Quem encontrava Wonwoo nos corredores, perguntava sobre o paradeiro de seu parceiro, mas Wonwoo apenas ficava em silêncio, sentindo seus olhos encherem d'água, e então as pessoas tentavam evitar aquele tipo de pergunta.

Mingyu, por sua vez, passava horas e horas tentando criar alguma teoria que fizesse sentido sobre o ocorrido. Pensava se tinha feito algo de errado, lembrou de seu passado com Jisoo, chorou sentado no chão de seu quarto e segurando uma foto que os dois tiraram em uma viagem, depois voltou a criar teorias, pensou em Wonwoo e em Jeonghan, depois naquele beijo com Minghao, nos gritos e nos xingos, nas lágrimas e nas bochechas inchadas. Todos aqueles flashbacks o atormentavam, e Mingyu não sabia como controlar aquilo, involuntariamente se pegava pensando no seu romance e imaginava como tudo poderia estar se não tivesse acontecido tudo aquilo. Ele se culpava por todas as coisas de ruim que aconteceram, e se sentia como um monstro por pensar que traiu o cara que mais amou na vida e estragou tudo de uma hora para a outra.

Jeonghan não gostava de ver seu namorado chorando pelos cantos por outro cara. Um sentimento estranho brotava em suas entranhas e as retorcia. Sentia um pequeno remorso por ter estragado o namoro de Mingyu e Jisoo, mas pensava que, se Kim estava feliz, então tudo estava dentro dos conformes. Tinha medo de Jisoo surtar e resolver contar tudo para todo o mundo, e não adiantaria matá-lo, porque as coisas já teriam dado tudo errado, e seu sonho de adotar gatos com Mingyu, não se tornaria realidade.

— Algo de errado está acontecendo. - Mingyu ditou enquanto mexia com seu talher sobre um pedaço de peixe que fazia círculos pelo prato e nunca era comido. — Eu sinto isso, entendem? - Jeonghan levantou o olhar para seu namorado, tentando manter a calma e pensando em maneiras de fazê-lo desistir daquela ideia.

— Não entendo. O que de errado poderia acontecer? - Seungkwan o respondeu.

— Sabem o Jisoo? - O rapaz continuou. Jeonghan sentia seu coração sendo dilacerado ao escutar aquele nome saindo da boca do seu grande amor. — Eu lembro que ele saiu que nem um maluco naquele dia do banheiro. Acho que ele esconde alguma coisa, sabe? E eu não sei onde ele tá, eu queria perguntar, fazer uma pressão nele até ele resolver me contar.

— Meu amor, esquece isso, tá bom? Não fica quebrando a cabeça com o Jisoo. Por que quer tanto saber disso? É um problema dele, vocês dois não tem mais nada a ser resolvido. - A voz de Yoon saía fina e monocórdia. Ele queria explodir em milhões de pedacinhos.

— É verdade. Não machuca o coração do Jeonghan agora que você tá com ele. Por favor. - Hansol fez questão de responder, esticando um sorriso sincero para dizer que aquilo não era um ataque, e sim um conselho. Mingyu captou a mensagem e abaixou a cabeça, mas ainda remoendo aquilo em sua mente.

— Eu só tô preocupado com o Wonwoo. - Seungkwan voltou ao assunto, recebendo um empurrão de lado dado por Hansol, que queimou seu olhar sobre o rosto rubro do amigo, evitando que aquela conversa se prolongasse. — Ah! Esse peixe está ótimo, não? - Disfarçou. Ninguém respondeu.

Chwe fechou as pálpebras e meteu a mão na testa, se perguntando como Boo Seungkwan podia ser tão tanso, mas adorável de qualquer maneira.

— Que tal a gente marcar de tomar um porre hoje à noite? Nós podemos levar o Jeonghan pra conhecer o pub do meu tio-avô! - Seokmin quebrou o silêncio constrangedor.

— Credo, Seok. Aquele barzinho só tem gente velha e bêbados reclamando dos impostos e das chifradas que levaram. - Hansol riu.

— Mas este é o diferencial do pub do meu tio. - Levantou o dedo indicador. — Vamos, vai ser divertido.

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