No relógio de pulso de Mingyu já batia quinze minutos para às nove da noite. Ele esfregava as mãos uma na outra de tanto nervosismo que o engolfava e parecia quebrar todos os seus ossos lentamente. Este era o mesmo sentimento que sentira ao pedir Jisoo em namoro, quando beijou Wonwoo naquela biblioteca, e agora, estava sentindo novamente por Yoon Jeonghan. Aquilo nunca esteve em seus planos; se apaixonar por acaso, por uma simpatia boba que, em tese, não funcionou, mas fez Mingyu enxergar a essência do homem cuidadoso, simples e apaixonante que Jeonghan exalava por todos os cantos.
O som da campainha fez o corpo de Kim tremer dos pés a cabeça ao soar pela sala. Sua testa suava, seu coração parecia querer explodir, e ele não sabia por onde seu estômago tinha andado para se revirar daquela maneira. Mingyu engoliu em seco, passou a mão sobre seus fios castanhos e parou rapidamente em frente ao espelho para ter certeza de que estava apresentável e que seu corpo estava confortável trajando o terno sob medida que guardara há tanto tempo para uma ocasião especial. E então abriu a porta da sala que, naquele momento, Mingyu a considerou como a Porta do Paraíso, porque o que seu olhar testemunhou, nem mesmo escultores podiam superar. Era a imagem mais linda e mais pura, tão radiante e simples, e que fez seu coração saltar para fora da boca.
— Você... - Mingyu perdeu a fala por um momento, suas cordas vocais pareciam não querer ajudá-lo. — Você está lindo, Jeonghan. - Ele respirou fundo e tentou manter a calma, mas o sorriso que recebeu fez com que seus ossos e seus músculos caíssem sobre o chão.
— E eu te amo, Mingyu. - Sorriu com a reação do maior, aproximando seu corpo para deixar um selar nos lábios cor-de-maçã que tanto faziam suas pernas ficarem bambas. — Tudo bem, você não precisa dizer que me ama também. Não tem problema, tá bom? - Continuou quando percebeu que mais nenhuma reação sairia de Mingyu, que estava estático no chão, e então passou pela porta e adentrou a sala.
— Jeonghan! - Kim virou seu corpo, batendo a porta rapidamente para alcançar os quadris alheios antes que estivesse longe demais. — Eu também te amo. - Cravou seu olhar no par de olhos castanhos que tanto escondiam segredos, apertando suas mãos sobre o corpo de Yoon, recebendo um abraço envolta de seu pescoço. — Eu te amo muito, hyung. - Sussurrou. As palavras voaram pela sala e se dissiparam.
— Oh, Mingyu! - Os seus olhos brilhavam. — Você não sabe o quanto eu esperei para escutar isso saindo da sua boca. - E apertou mais seus braços sobre o corpo grande que o segurava. Pôde sentir o aroma do perfume amadeirado que tanto gostava, o cheiro de mentol dos seus cabelos e até mesmo um cheiro fraco de naftalina que exalava de seu paletó. Jeonghan nunca esteve tão realizado em toda a sua vida. Amava Kim Mingyu, e Kim Mingyu o amava, finalmente era verdade.
— E eu esperei muito para poder dizer. - E se afastou, segurando os ombros alheios, tentando manter os olhares à todo o custo, mas não conseguia, os olhos de Jeonghan eram profundos demais para alguém tão raso como Mingyu. — Eu ainda te amo muito mais por ter me esperado.
— Eu te esperei a vida inteira, Gyu. Eu só não sabia ainda. - Olhou de relance para seus pés, mas logo voltou a fitar o rosto angelical em sua frente. — Vou te contar um segredo, tá bom? Mas olha, não conta pro Junhui. - Ele riu e botou o dedo indicador em seus lábios, como sinal de silêncio. — Eu sempre fui apaixonado por você, sabia? Não foi a simpatia que me fez te amar, talvez ela tenha me ajudado a dizer isso para você com mais clareza, e agora me sinto radiante! Eu não sabia que iria ser correspondido, na verdade eu nem esperava isso, mas você, - Apoiou suas mãos sobre o peito de Mingyu, e tentou não sorrir quando sentiu as palpitações. — você me correspondeu, me entendeu, até quando ainda gostava do Wonwoo. Você, Mingyu, é o meu sonho mais belo.
— Não quero ser apenas seu sonho. Olha pra mim! - Abriu o sorriso mais alegre que seu rosto podia suportar. — Eu estou aqui, não sou mais um sonho, eu sou o seu presente, Jeonghan.
— E, quem sabe, pode ser meu futuro. - Seu rosto estava carregado por um sorriso sugestivo.
— Pode apostar que sim. - E Mingyu puxou mais uma vez seu namorado para perto pela cintura fina. Aproximou seus rostos, trocando olhares significativos ao encostarem as testas. Ambos tentavam decifrar os segredos um do outro. Enquanto Mingyu escondia dentro de sua alma que ainda sentia algo por Jisoo, mesmo que não admitisse, Jeonghan guardava o motivo perturbador pela qual os dois estavam daquela maneira naquela sala.
— Vamos jantar? - Yoon indagou, e sem nem mesmo esperar pela resposta do outro, afastou seus rostos e fez um caminho com sua mão desde o ombro do maior até sua destra, para então levá-lo até a cozinha.
— Não quer que eu te leve para um restaurante?
— Tudo bem, Gyu. Eu prefiro ficar aqui com você, vamos comer alguma coisa e depois podemos assistir algum filme, ou jogar Mortal Kombat. - Ergueu as sobrancelhas. — O que acha?
— Mortal Kombat? Mas nem vai ter graça... - Cruzou seus braços e revirou os olhos, desviando o olhar de Jeonghan, que sentiu uma pontada de ironia vindo do maior. — Eu aposto que você vai perder todas. Ah, e sabe como é, né? Ganhar demais é sem graça. - Encarou suas unhas de forma teatral, expressando um falso orgulho.
— Quem disse que vou perder, meu filho? Vou jogar com o Kano, ele é demais. Agora não posso dizer o mesmo de você com o seu Kabal, não é? - Sorriu com desdém, imitando a mesma posição de Mingyu.
— Mas como você ousa falar assim do Kabal? O Fatality dele é muito melhor que o do Kano, para você ter noção.
— Mas quem disse que você vai sobreviver até me dar um Fatality?
E a discussão sobre qual personagem era mais relevante em Mortal Kombat se prolongou até a hora em que, de fato, eles conseguissem provar tudo o que prometeram um para o outro. Após duas derrotas seguidas, Mingyu desistiu de tentar provar a Jeonghan que era o mestre em jogos de luta. Deixou seu controle sobre a mesinha de centro e encarou o sorriso convicto e alegre de seu parceiro, já esperando por alguma frase sarcástica, mas este não o fez. Por um breve momento, Mingyu se desesperou, e suas palavras sumiram de seu vocabulário.
O silêncio se fez presente, não era constrangedor, nem mesmo desconfortável, mas era um silêncio estranho, um sentimento estranho brotava nos poros de Kim Mingyu, ele já não sabia o que dizer, e mesmo se soubesse, não conseguia, as palavras já não cabiam mais.
— Cê tá bem? - Jeonghan indagou após exatos vinte segundos de silêncio, se preocupando com a expressão do mais novo. — Não aguentou perder, não é? Eu sabia! - Brincou, tentando evitar algum clima tenso que parecia querer rondar por aquela sala, alargou um sorriso exagerado e esperou por alguma resposta no mesmo tom.
— Que humilhação você me fez passar, Yoon Jeonghan. Como aprendeu a jogar assim?
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sympathy
Fanficcansado de sofrer para desfrutar do amor de jeon wonwoo, mingyu decidiu então fazer uma simpatia para conquistar o garoto. bom, até que a simpatia funcionou, ele só não esperava que funcionasse na pessoa errada. +16 | gyuhan/meanie | universo altern...