sympathy

se te serve de consolo...

Hong sorriu quando vestiu sua camiseta preta de compressão, notando que na verdade não havia perdido tantos músculos assim. Para complementar, um jeans surrado e largo porém ainda estiloso, tênis baixos e sua correntinha de prata como acessório. As mechas bonitas dos cabelos molhados caíam sobre sua testa, o cheiro de seu perfume era tão inebriante, que ele mesmo parecia navegar sozinho e acabou se perguntando como aguentou ficar tanto tempo sem tomar um bom banho. Correu afoito quando escutou a campainha tocar, feliz por ver o homem de sua vida ao abrir a porta.

— Porra, você tomou banho mesmo! - Constatou Mingyu, este que jamais deixaria de notar a camiseta favorita do rapaz - e em como marcava suas curvas. Jisoo sorriu encarando as orbes castanhas e as bochechas pouco rubras do maior. Ainda arranjou um tempinho para arrumar a sala que ele mesmo bagunçou - e mesmo assim não achou o controle da TV.

— Pode entrar. - Deu espaço para que o outro passasse pela porta. — A casa é toda sua. - Não só a casa, como seu coração, seu corpo, suas coisas e até mesmo sua alma.

— Obrigado, Joshua. Uau! - Respondeu, observando cada milímetro da sala grande e bonita, mas fechou seu sorriso feliz ao ver aquela nojeira toda que passava na televisão. — Cê ainda gosta desses filmes assim? - Riu.

— Na verdade eu coloquei sem querer, não achei o controle pra desligar... - Olhou em volta, buscando alguma bagunça que sua mira não notou momentos antes. — Pode sentar, só ignora essa cena. Meu Deus do céu. - Por mais que tentasse, não conseguia desviar o olhar da TV, onde dois personagens - incluindo John Kramer - tentavam escapar da armadilha do banho de sangue. Achou incrível como o próprio caçador virou a caça em um espaço de tempo tão curto assim.

— Bom, primeiro eu quero te pedir desculpas. - Começou Kim, mas Jisoo mal prestava atenção no que ele tinha pra dizer. — Ei! Eu tô aqui.

— Hm? Por que eu fui colocar isso? - Lamentou o americano.

Kim revirou os olhos, esperando alguma resposta que coincidisse com o assunto da conversa. Quando percebeu que seria difícil ter a atenção do rapaz, aproximou seu corpo, puxando o queixo do americano em sua direção. Jisoo nunca havia se sentido tão nervoso em toda a sua vida, mas naquele momento seu alicerce parecia desabar naquele olhar tão profundo de Mingyu, este que também já nem sabia mais onde estava, mas teve a certeza de que queria Hong Jisoo novamente - nunca deixou de querer.

— Presta atenção em mim. - Ainda segurava o queixo macio do outro, a distância entre eles era quase insignificante. — É importante. - E soltou o rapaz, tendo a atenção toda para si.

— Claro! - Piscou repetidamente, atônito pela reação inesperada. — Foi mal. - Ainda observava o olhar cativante do outro, boquiaberto por sentir a droga do teu coração palpitar com tamanha força dentro do peito.

Não era para isso estar acontecendo. No ponto de vista de Hong Jisoo, apaixonar-se novamente por Kim Mingyu era como disparar um tiro no escuro, claro que o término de seu namoro aconteceu por intervenção de terceiros, porém ainda sim aquela traição com Minghao poderia muito bem ter sido evitada, afinal, ninguém obrigou Mingyu a sair beijando qualquer um que visse pela frente.

— A propósito, por que você me bateu naquele dia? Por que falou aquelas coisas sobre o Wonwoo? Você gosta dele? Vocês já... Você sabe o que eu tô querendo dizer. - Abaixou a cabeça.

Nocauteado por tantas perguntas sobre assuntos quase irrelevantes, Jisoo se afastou, sentando-se no sofá e observando o corpo inerte alheio. Não sabia por onde começar a responder aquela enxurrada de questões, mas sabia que seu ex-namorado estava engolfado por ciúmes.

— Eu deveria perguntar o mesmo sobre você e Jeonghan... Não acha? - A resposta saiu em tom irônico, mas por instinto. — É uma pena ele ser um bosta, sabe? Daríamos um belo trisal. - Riu, a fim de provocar Mingyu. — Ele até que é bonitinho. - Enfim concluiu, seu sorriso era mais sugestivo do que malicioso. E sabia que Yoon Jeonghan não era só um bonitinho, mas sim o homem que poderia chegar destruindo todas as estruturas da vida de alguém com um simples piscar de olhos, assim como acabara de fazer.