Contínuo dia este que flerta com o atemporal e que me sucumbe ao livre desejo mortal. O peito pesa e mal sei se é a taquicardia ou agonia pelas horas.
As nuvens retrocedem e meu corpo se locomove por entre contrastes de luz e sombras. São tantas margaridas que me trespassam que meu teor cativa o tom fantasmagórico e sublima para que se condense em forma de garoa. Escorro.
Me dizem soar calmaria, mas é apenas perda ao meio.
Todos os dias escorro e parte de mim se desfaz em ausência de serotonina. Estou em calhas.
E quando me disserem para que me transborde, responderei como em sussuro:
"Estou afogada".
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Com amor, todo alguém
PoetryUm livro com cartas declarativas sobre si mesmo para todo alguém, poesías inusitadas sobre sonhos e fantasias e textos em prosa variados. Todos de e para pessoas ficcionais - ou não. [Antologia Poética]