Desconforme

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Meu bem, quando foi que deixaste de me amar? Quando foi que seu peito oscilou amor ao desprezo ao me ver ao seu lado na cama? Meu bem, porque não me ama mais?

Está sendo tão difícil recolher suas coisas quando se sabe que tudo soa diferente. Aquela viagem nossa, mal sei se ainda havia amor; pois eu te amei até o dia que me disse adeus. Eu te amei a medida que os dias se passavam e o tempo nunca para, como pode o meu amor, meu bem, como pode chegar ao fim algo que juramos eternidade?

Ai, sinto o ar esvair cada vez mais dos pulmões e mal sabia que ainda havia algo por aqui. Estou me esvaziando, desocupando meu guarda-roupa, alugando minha mente, querendo meu coração vagando o seu, vendendo minha alma ao seu ser, fugindo do procurador, esta angústia.

Ai, Evangeline. Ainda me sai algo e que é isto que me sai? Já não é o suficiente tornar-me corpo ambulante vagando nesta sofreguidão de conexão, tendo meus pertences o seu cheiro e minha mente o seu desejo?

Dói, dói, dói. Céus, como dói. Você era minha única certeza numa vida de talvezes. E agora a única certeza que me resta, é que me dói. Como nunca doeu.

Com amor, todo alguémOnde histórias criam vida. Descubra agora