É mais um dia que descanso sem término com os pés frios e os olhos confusos. Que a felicidade não vem me visitar. Que minhas orelhas clamam Chopin e que não durmo direito.
Quando sonho, ainda parece verdade, visto que essa vida mundana não diferencia mais noite do dia ou café do leite.
As teclas se alternam e meu espírito pensa se afligir. Mas é só ilusão da partitura.
Essa noite os anjos cantam uma vez mais para mim e se perguntam se ainda estou na Terra.
O ar me falta; ou me tem de excesso. Eu quero chorar, mas não sei se ainda consigo.
Minha mão busca por outra todos os dias, e encontra a si mesmo, embora não reconheça mais seus próprios dedos.Eu queria culpar Chopin... Ou os anjos que me cantam... Ou minha cama... Ou minha mão... E até aquele sonho... Mas será sonho?
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Com amor, todo alguém
PoésieUm livro com cartas declarativas sobre si mesmo para todo alguém, poesías inusitadas sobre sonhos e fantasias e textos em prosa variados. Todos de e para pessoas ficcionais - ou não. [Antologia Poética]