Quando me perguntam como estou, coloco em prova todas minhas dúvidas. Ultimamente não tenho estado e queria que isso me afligisse, mas não acontece. Meus olhos andam pesando e meu corpo cansado e tudo parece tão chato que não merece meu esforço de compreensão ou apavoro.
Na cama viro para os lados durante o dia e busco por lembranças ou pelo mais simples pensamento, mas se me chega, logo foge e acusa-me de martírio por querer algo tão complicado.
Nem a mais injusta acusação me comove ou me impõe vontade de me defender, porque isso se tornou trabalhoso o suficiente para me cansar.
Finjo estar dispersa quanto ao redor, pois assim não me chegam ou desistem da conversa. E eu nunca estive em tanto silêncio assim. E eu nunca achei que dariam falta do quanto incomodava com os assuntos banais.
Voltei a ler nesse meio tempo em busca de distração, visto que minha cabeça vazia me leva a alucinações pelo teto e conspirações a minha pessoa ingênua.
Eu queria muitas coisas, pra falar a verdade, eu queria querer muitas coisas. Mas sei que é trabalhoso demais.
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Com amor, todo alguém
PoetryUm livro com cartas declarativas sobre si mesmo para todo alguém, poesías inusitadas sobre sonhos e fantasias e textos em prosa variados. Todos de e para pessoas ficcionais - ou não. [Antologia Poética]