Detenção.

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Notas iniciais:

Oiii, cá estou eu novamente com mais uma fic desse shipp que amamos!! Essa história está terminada e foi postada também no Spirit (meu user lá é o mesmo que aqui). Espero que gostem.

Enjoy 🥰

                               * * *

- Mikasa? – Lou chamou a atenção da amiga, que tinha os pensamentos longes – Mi??

- Oi – Disse a morena fitando o rosto da amiga – Estava distraída – Resmungou.

- Ela sempre se distrai quando o capitão está em jogo – Saky disse gargalhando – Mas afinal, quem não fica, não é mesmo? - Encarou Mikasa - Devia ser crime esse homem sem camisa. 

Mikasa desviou os olhos até o campo onde Levi jogava bola com os amigos. Tinha mesmo que admitir que ele era um colirio para os olhos, apesar de não suportar a soberba do rapaz. Tinha cabelos negros habilidosamente cortados em um corte andercut, olhos azuis que arrancavam suspiros e um corpo de dar inveja, apesar da baixa estatura. Era o capitão do time de futebol e consequentemente o seu pior inimigo.

- Acabou o tempo de vocês – A morena se levantou e foi até a quadra – Vocês tem cinco minutos para saírem daqui – Disse com as mãos na cintura.

- Você é mesmo folgada, hein – Foi Levi que respondeu, ácido – Vamos sair assim que soar o sinal.

- Não mesmo – A morena o encarou – Sai fora, tampinha.

Aí todo mundo parou pra observar. Chamar Levi de tampinha era arrumar briga na certa, pois se tinha algo que o moreno odiava era ser zoado pela sua baixa estatura.

- Eu não saio daqui nem a pau – Ele a encarou – Se quiser treinar suas coreografias patéticas, arrumem outro canto.

Mikasa sentia que poderia ter um colapso nervoso a qualquer instante. Aquele garoto era petulante demais, primeiro que ele e seu time sempre escolhiam a quadra justamente nos dias em que a equipe de torcida tinha treino e em segundo ele sempre demorava para finalizar, fazendo assim com que elas se atrasassem. Virou as costas e furiosa foi em direção a diretoria, afinal, ela tinha alugado a quadra para esse propósito e não ia ser aquele tampinha que a faria desistir.

                           * * * 

Sua reclamação na diretoria não tinha acabado bem. Ela e Levi foram chamados até a diretoria e protagonizaram um grande espetáculo, com direto a gritos, xingamentos e tudo que há direito, bem na frente do diretor. Como consequência ambos pegaram detenção. Ficaram três horas, após o término das aulas, encarando um ao outro. Havia ali um sentimento bem escondido abaixo de camadas de ódio e desprezo.

 Passaram a se odiar na sexta série, quando Mikasa ganhou de Levi o prêmio de melhor jogadora da classe. O moreno não suportou a ideia de perder e daí em diante passou a criticar Mikasa por todos os seus feitos. Não foi diferente quando a morena assumiu a equipe de líderes de torcida e ambos começaram a se alfinetar por conta dos horários, da quadra, dos uniformes e de tudo que envolvia qualquer tipo de convivência entre ambos. Os colegas costumavam dizer que os dois eram apaixonados um pelo outro, e Mikasa bufava só de pensar nessa hipótese. Nunca teria nada com aquele tampinha.

- Estão liberados – Disse o diretor Pyxis – Voltem amanhã depois da aula.

Mikasa saiu primeiro. Estava com tanta raiva que nem conseguia olhar para o moreno, tudo aquilo era culpa dele. Se tivesse deixado que ela ficasse com a quadra, conforme combinado, não estariam ali.

- Na próxima vez você espera o sinal – Disse Levi taciturno – E quem sabe assim evita que paremos na diretoria.

- Eu, esperar o sinal? – Mikasa rangeu os dentes – Foi você que não soube respeitar as regras, sempre se achando melhor que todo mundo – Disparou.

- A rainha da escola dizendo isso – Levi gargalhou – A garota mais soberba de Paradis, que não consegue esperar cinco malditos minutos me dizendo que eu não sei respeitar regras – Pôs as mãos no bolso, rindo baixinho – Parece até piada.

- Não vou perder meu tempo com você – Mikasa levantou o queixo, seguindo em frente – E vê se para de me seguir, seu problemático.

- Pra sua informação minha casa é pra lá – Apontou a direção pela qual seguiam e continuou a andar alguns passos atrás de Mikasa – Se não quiser que eu te siga, trate de apertar o passo.

E foi o que Mikasa fez. Andou o mais rápido que pode, ficando há uns bons metros de Levi, que caminhava taciturno. O moreno andava distraído, com as mãos no bolso e cantarolando uma canção antiga da qual gostava. Ao longe a silhueta de Mikasa sumia enquanto ele pensava o quanto uma garota bonita como ela podia ser irritante. Colocou os fones de ouvido, determinado a ter uma caminhada tranquila de volta a casa de seus tios quando um barulho alto de freios o fez se sobressaltar. Mais a frente, pelo caminho onde Mikasa havia seguido, ouvia-se o barulho das vozes de homens. 

Levi se escondeu atrás de uma árvore e apurou sua visão. Sentiu seu coração falhar uma batida ao ver Mikasa sendo arrastada por dois homens corpulentos para dentro de uma Van. Raciocinou se deveria fazer algo, mas já era tarde. Desesperado e sem pensar muito seus olhos caíram em uma bicicleta encostada em uma árvore cujo dono estava dentro de um pequeno mercado fazendo compras. Não calculou os riscos, apenas subiu na bicicleta e pedalou o mais rápido que pôde, seguindo aquele automóvel.

- Inferno de patricinha mimada – Resmungou.

Não gostava de Mikasa. Tinha mil motivos para não gostar da garota, mas tampouco era um covarde. Sabia que a garota corria perigo. Suas pernas ardiam enquanto pedalava com toda a sua força, vendo com desespero enquanto a Van sumia a sua frente. Não sabia o que havia acontecido, mas um ímpeto de coragem o fez seguir aquele carro, mesmo sabendo que nada poderia fazer contra aqueles brutamontes que haviam levado Mikasa. Estava doido. Chegou a essa simples conclusão.

Alguns minutos depois o carro parou em frente ao porto da cidade, onde vários navios se encontravam. Fitou com interesse enquanto os homens retiravam a garota de dentro da Van, que chorava e se esperneava, pedindo para soltá-la. Se escondeu atrás de um carro, torcendo para que não fosse visto. Sacou seu celular da mochila e ligou para polícia. Tocou três vezes, ninguém atendeu. 

Não sabia o que fazer, se sentia culpado por não ter acompanhado a garota até em casa. Temeu profundamente pela vida de Mikasa. Os homens que a levaram eram estranhos, usavam roupas meio gastas e tinham brincos grandes nas orelhas. Observou estupefato enquanto eles arrastavam a garota para um barco com aparência peculiar. Era uma imensa navegação trabalhada com detalhes em madeira e caveiras preenchiam o conjunto. Uma bandeira de um país estranho, cujo Levi nunca ouvirá falar, estava fincada ao meio do navio. Sentiu um arrepio percorrer seu corpo ao fitar o mar agitado.

 Observou quando os dois homens que haviam raptado a garota a arrastaram pra dentro e depois se evadiram do local, deixando mikasa lá presa. Em um surto de coragem que não sabia que tinha, o garoto se aproximou do navio. Caminhou hesitante em direção à embarcação e suas pernas tremiam quando adentrou o barco. Percebeu que o navio era constituído por três partes, a parte de cima onde ele estava, um segundo piso pelo qual não sabia como acessar e finalmente uma espécie de porão, onde Mikasa estava presa.

 Sondou o local com os olhos porém não encontrou nenhuma maneira para descer até o porão, nem uma escada ou alçapão. Estava preso. Respirou fundo três vezes e pensou seriamente em abandonar a garota ali mas quando ouviu as vozes dos marinheiros retornando ao barco percebeu que não tinha saída, teria que se esconder. O problema é que ali não havia lugar algum para se esconder. Caminhou até a parte traseira do navio, onde lá embaixo no porão haviam caixas e mais caixas lotadas de mantimentos e decidiu que se esconderia lá. Olhou para cima e percebeu, contente, que havia uma corda presa no teto que ia até perto do chão lá embaixo, certamente era por esse lugar que os brutamontes acessavam o porão. Pendurou-se na corda e pulou, tudo o que viu foi apenas escuridão.

Notas finais:

Levi totalmente cadelinha da Mikasa e choca 0 pessoas kkkk Enfim me falem o que acharam, aceito críticas e também elogios, comentem e façam essa autora feliz por favorzinho 🤍

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