Desatino.

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Eren andava de um lado para o outro do cômodo enquanto Armin observava atento seus passos. Estava nervoso e remexia ansiosamente o anel de noivado em seu dedo.

— Tem certeza disso? — Perguntou pela décima vez ao amigo — Acha que Carla realmente está armando algo contra mim?

Armin acenou com a cabeça positivamente. Essa seria a única explicação.

— Ela chantageou História —O loiro garantiu — Queria a chave desse cofre e quase a conseguiu — Disse apontando o objeto em sua mão.

Eren andou até o outro e tomou a chave de suas mãos, indo até o cofre. A peça se encaixou perfeitamente na abertura e o cofre foi aberto com um discreto click. Lá dentro uma almofada vermelha acomodava um pequeno e inútil relógio de ouro.

— O que tem aí? — O loiro se adiantou e pegou o artefato em mão, pensando que se fosse outra pessoa Eren não admitiria a intromissão — Um relógio? O que a rainha pode querer com um relógio? — O loiro perguntou confuso.

— Eu não sei — Eren deu as costas e se sentou em sua mesa — Não parece ser um relógio comum. Descubra para que ele serve e posso pensar em ser misericordioso com sua irmã.

O loiro soltou o ar que não sabia estar prendendo e acenou com a cabeça. Encontraria a utilidade daquilo, descobriria o que Carla pretendia e salvaria sua irmã. Não tinha muito tempo.

— Posso ficar com isso? — Disse apontando o objeto em suas mãos — Vou precisar para descobrir para que serve.

Eren somente confirmou com a cabeça e voltou sua atenção novamente para os papéis em cima da mesa.

— Mande que vigiem a rainha — Ordenou — Quero que cada passo seu me seja informado.

* * *

O relógio em sua mão era falso, foi o que Armin percebeu ao analisar as extremidades do mesmo. Uma réplica perfeita, porém, sem utilidade. Depois de passar horas na biblioteca encontrou um livro que falava exatamente sobre aquele artefato. Folheou as páginas e sentiu que sua cabeça iria explodir se passasse mais um momento ali dentro.

Havia descoberto que o relógio funcionava de uma maneira um pouco semelhante a marca da Deusa, porém menos letal. Ele devolvia a vida aquele que fosse morto o tendo em sua posse e não entendeu o intuito da rainha em querer rouba-lo. Precisou se ausentar do castelo para encontrar uma antiga amiga, Hange Zoe, conhecida popularmente como o oráculo. Zoe o contou que aquele amuleto era de fato poderoso e aquela não era sua única função, se em mãos erradas poderia ser perigoso para o reino e era capaz de selar qualquer titã. A compreensão o deixou atônito enquanto ligava as peças. Carla queria selar o titã de Eren, o deixando menos poderoso. Era a única razão plausível para que houvesse roubado o amuleto e o substituído.

— Aquela maldita — Eren rosnou enquanto batia as mãos com força na mesa — Planejava contra mim debaixo do meu teto!

Armin apenas acenou em concordância, sentia pena de Eren. Primeiro fora a morte do pai, agora a traição da mãe. Temia pelo que aconteceria com os sentimentos do outro depois de tantas informações.

— Mande prende-la — Eren declarou, furioso — Quero que seja executada em praça pública.

— Como desejar — Armin arregalou os olhos, surpreso com a fúria latente do homem a sua frente.

Esperou alguns minutos até que Eren estivesse mais calmo e tocou no assunto que temia desde que entrara no gabinete real.

— E quanto a Historia? — Pediu com a voz trêmula, temendo pela resposta.

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