Capítulo 3

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Antônio andava de um lado para o outro na enorme sala da residência dos Garcia, ele já estava deixando sua irmã e seu cunhado tontos

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Antônio andava de um lado para o outro na enorme sala da residência dos Garcia, ele já estava deixando sua irmã e seu cunhado tontos.

— Quer para de andar, está me deixando mais enjoada do que os gêmeos me deixaram no começo da gravidez. - Daphne reclamou.

— Perdão, mas sabe que nossa mãe vai comer nosso rim, não é? - Antônio perguntou.

— Mas não foi nossa culpa, e além do mais elas nem devem ter nada haver com isso. - Daphne disse.

— Quem garante? - Antônio perguntou.

— Antônio, não tem nada que prove o envolvimento das duas nisso, tudo o que aconteceu pode ter sido causado por um fenômeno natural e mesmo que não fosse, as duas nem estavam juntas e elas não brigam a muito tempo. - Theodor, um homem de cabelos castanhos, olhos castanhos e marido de Daphne, disse.

— Talvez você esteja certo. - Antônio murmurou.

Antônio finalmente havia se sentado em uma das poltronas brancas da sala, ele havia encontrado a irmã e o cunhado na entrada da casa havia uma hora e os três estavam sentados esperando a aparição da matriarca da família, Luiza Garcia, que não demorou muito a aparecer acompanhada de seu marido, o medico e padrasto dos irmãos Garcia Orlando Ferraz.

— Me digam que Bruna e Melissa estão a caminho daqui. - Luiza perguntou.

— Não sabemos onde as duas estão. - Daphne disse.

— Vocês quatro vão ser o motivo da minha morte. - Luiza disse.

—  Elas logo devem aparecer, a cidade estava um caos. - Orlando  disse.

— Eu acho que você está certo. - Luiza disse.

—  Bruna e Melissa não são as únicas desaparecidas.  - Theodor comentou, olhando para o telefone.

— Como assim? - Luiza perguntou.

— Eu tenho um primo que trabalha em uma cafeteira aqui na cidade e a última vez que viram ele, o mesmo estava saíndo da cafeteira acompanhado da Melissa. - Theodor disse.

— Eles podem ser amigos. - Antônio disse.

— Segundo minha tia, as características da Melissa batem com as características da namorada dele. - Theodor disse.

— Você só pode tá brincando né, Théo? - Daphne perguntou.

— Não. - Ele respondeu.

— Ótimo, Melissa namora escondido então. - Antônio disse.

— Ela tava estranha hoje, será que eles brigaram? - Daphne perguntou.

— Nosso foco agora é saber onde suas irmãs estão, depois pensamos nisso. Théo, alguém já conseguiu falar com o seu primo? - Luiza questionou.

— Não, ele não respondeu as últimas mensagens de ninguém. - Théo respondeu.

De repente Daphne levantou do sofá, deixando todos preocupados e subiu as escadas em direção ao antigo quarto da irmã caçula.

Quando chegou no lugar, ela abriu a porta e entrou no quarto, que antes vivia cheio de papéis e livros, agora só tinha móveis vazios. A loira foi em direção ao guarda roupa e abriu uma das portas, tirando de lá uma caixa de sapato, abriu a mesma e pegou um pequeno quadro de papel.

— Tá fazendo o que aqui em cima? - Antônio perguntou e se aproximou da irmã.

— Lembra quando a Lissa desenhou isso? - A loira perguntou.

— Claro que lembro. - Antônio disse.

— Ela disse que tinha sonhado com algo parecido com o que aconteceu hoje e depois desenhou isso. - Daphne disse e mostrou o desenho.

No pequeno quadrado de papel havia desenhado cristais de gelo, uma chama e uma espada envolta em chamas.

— Onde você quer chegar com tudo isso? - O moreno questionou.

— Meses depois ela apareceu diferente, ela apareceu mais feliz, Antônio, desde aquele dia ela nunca mais foi a mesma e quem sabe por causa desse cara, ela voltou a ser ela mesma?  - Daphne disse.

— Você acha que ele é de Ilíria? - Antônio perguntou.

— Eu tenho certeza, mas isso não importa, a verdade é que depois do que aconteceu, Lissa vivia preocupada em não machucar ninguém e atormentada por aqueles sonhos, e de uns cinco ou quatro anos pra cá ela voltou a ser a nossa Lissa. - Daphne disse.

— Ainda não entendi. - Antônio disse.

Daphne bateu a mão na própria testa, indignada com a lerdeza do próprio irmão.

— Você venceu todos aqueles campeonatos de luta e não consegui entender o que está na sua frente, oh cérebro de peixe, Melissa conheceu esse cara e de alguma forma ela percebeu que podia viver sem estar presa a esses pesadelos malucos, e nessa caixa tem boa parte dos sonhos malucos que ela tinha, ou seja, esse cara conseguiu o que nenhum dos terapeutas, psiquiatras e psicólogos conseguiu. - Daphne disse.

— Ele libertou ela dos fantasmas do passado. - Antônio disse.

Daphne elevou as mãos aos céus com a fala do irmão, ela suspeitava que as pancadas que ele levou na cabeça nas competições de luta deviam ter afetado o cérebro dele.

Antônio revirou os olhos pelo gesto da irmã, ela estava mais dramática do que era.

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Em algum lugar em outro mundo, Melissa e Leonardo andavam em silêncio pelo chão coberto de neve, eles haviam conseguido despistar a criatura que os perseguia e agora procuravam por Bruna.

— Eu já vi esse lugar. - Melissa disse.

— Como assim? - Leonardo perguntou confuso.

— Eu sonhei esse lugar, tem um tempo. - Ela disse.

— E se isso não foi um sonho e sim uma memória do El? - O homem disse.

A morena pensou por alguns segundos, a teoria dele fazia sentido, talvez seus sonhos estranhos não fossem sonhos e sim memórias do ser o qual ela era reencarnação.

— Ei lagartixa. - Ela chamou mentalmente.

Eu não sou uma lagartixa. - O dragão respondeu.

— Você já esteve aqui na sua vida ? - Ela perguntou.

Ao invés de responder a pergunta da mulher, o dragão usou um pouco dos seus poderes e se transformou em uma versão menor de si mesmo e ficou no ombro na morena.

No dia em que eu brinquei com o meu irmão, o grande dragão vermelho, ele me isolou aqui e como não tinha muita coisa pra fazer, eu acabei criando reinos aqui. -  O dragão explicou.

— Então exitem outros reinos por aqui? - Leonardo perguntou.

Sim, eu estava bravo pela cavaleira não ter me escutado e por meu irmão ter se intrometido onde não devia, que eu acabei criando oito reinos diferentes, incluindo esse. -  El disse.

— Então, além desse existem outros sete reinos? - Melissa perguntou.

Isso mesmo.  -  O dragão disse.

— Você é uma caixinha de surpresas, lagartixa. - Melissa disse.

O dragão se limitou apenas em revirar os olhos, enquanto os dois continuaram a caminhar em direção a construção que tinha visto.

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