Olhos vendados

1.7K 251 131
                                    

Este capítulo não vai terminar como começou...

---

Quatro meses depois

Patrick O'Connell tinha novidades que surpreenderiam Angus Ferguson, o duque de Cumberland. As notícias obtidas no México confirmavam as desconfianças do irlandês sobre quem era de verdade irmã Catalina - ou Caitríona, o verdadeiro nome da jovem duquesa.

Agora, era a hora de Ferguson confrontar a verdade e saber o que deveria fazer. Voltar ao México e retomar a vida de freira não era uma possibilidade, contudo: segundo a Madre Superiora, se Caitríona estava casada não seria recebida no convento.

"Ou seja, anular o casamento e terminar tudo discretamente não é uma possibilidade..."

Quando Patrick finalmente foi até a residência onde o duque estava hospedado nos últimos tempos – a mansão da família Ferguson, quase no entorno de Londres (e não a imponente Cumberland House, que ele detestava), podia imaginar o que o amigo andou fazendo naqueles quatro meses.

"Pelo que vejo, ele ficou aqui o tempo todo...", pensou, aliviado, imaginando que talvez Ferguson tivesse passado em Cumbria Manor para provocar a duquesa. Não ficou nem um pouco espantado em ver a casa como um verdadeiro templo do prazer, com pessoas transando umas com as outras na sala, quartos onde ouviam-se gemidos por trás de portas trancadas e corredores onde o que menos se viam eram casais. Patrick era um voyeur, e em momentos diferentes, a primeira coisa que faria era admirar a orgia se desvelando bem à frente, mas não era o momento.

Ele estava ali para falar a verdade. Afinal de contas, tanto ele quanto Ferguson foram enganados pelos Astor, que indicaram Catalina como uma jovem rebelde e ambiciosa; quando na verdade, ela era uma freira inocente. Pura, virginal, e para todos os relatos, uma verdadeira santa.

Como uma santa e um libertino ficariam dentro da mesma casa?

Patrick finalmente encontrou o amigo em um dos quartos. Não era o "quarto secreto" onde ele costumava realizar as suas fantasias sexuais; os equipamentos e apetrechos foram transferidos parte para Cumbria Manor e outra parte ficou em Lowlands Castle.

Ferguson estava transando com uma mulher, aparentemente uma cortesã, penetrando fortemente o ânus dela enquanto usava a mão para acelerar as investidas na vagina de outra com um consolo – uma versão de ouro puro de seu próprio pênis.

As duas mulheres gemiam alto, de quatro, enquanto ele urrava de prazer, uma música que se misturava com o choque entre o encontro do pênis dele com o ânus de uma mulher, e o roçar da vagina molhada dela com o membro de ouro penetrado por ele. Era uma cena repleta de luxúria e tesão, mesclada pelas ordens de Ferguson às duas mulheres, que respondiam apenas:

- Obrigada... Obrigada, senhor...

- Por favor...

- Por favor o que, Marlene...? – Ferguson dizia, em um tom monocórdico, mas era possível notar a sutileza na malícia da pergunta.

- Preciso do verdadeiro, senhor, por favor...

- Apenas quando você chegar ao clímax, Marlene...

Não apenas a cortesã súplice teve um orgasmo; a outra derrubou o corpo, embriagada de prazer, e foi naquele instante que Patrick decidiu interromper a pequena diversão .

- Ocorre uma festa e nem me chamou.

Ferguson virou-se, tirando o pênis do ânus da cortesã.

- Não se faça de rogado, meu amigo, tire a roupa!

- Antes de fazer isso, precisamos conversar. Eu voltei porque tenho novidades sobre sua esposa.

- A palavra "esposa" me faz broxar. Aliás, fiz o que me recomendou. Não apareço há meses em Cumbria Manor e não recebo notícia alguma sobre as aventuras de minha esposa por lá.

A TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora