DESCULPA GENTE PELO MEGA ATRASO
mas aqui está o capítulo novo
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O clima em Cumbria Manor era agradável e leve, mas não apenas na propriedade do duque de Cumberland.
A vila parecia refletir o espírito do homem mais poderoso da região, bem como a gentileza sempre dispensada pela esposa, ainda considerada a "duquesa santa". Em suas visitas à vila, onde conversava com padre Robertson e trocava ideias com os tutores da escola local – sempre cheia de alunos, em sua maioria filhos dos comerciantes e de alguns agricultores da região – Kat era cumprimentada com um aceno de chapéu, bem como as mesuras quase apaixonadas, com pessoas até mesmo se ajoelhando aos pés da duquesa, em agradecimento e adoração.
- Duquesa, que Deus abençoe vossa alma boa e digna!
- Eu agradeço, Sr. Paxton, mas não precisas te ajoelhar-
- Necessito, duquesa! Meus meninos vão à escola e se alimentam, estão de barriga cheia, e tenho tempo para trabalhar.
- Conseguiste uma ocupação! Glória a Deus! – a jovem segurou a mão enluvada à dele, repleta de calos vindos do labor. – Onde estais trabalhando?
- Estou na manutenção da estalagem que fica aqui perto, e é no caminho para minha casinha! Minha esposa Edna está costurando de novo, e sempre vem buscar as crianças. O tempo é bom, duquesa!
- Tempo de colheira, Sr. Paxton! Fico tão feliz pelo senhor, Sra. Edna e as crianças!
O homem, ainda ajoelhado, beijava as mãos da jovem com devoção. Era evidente que os moradores de Cumbria, especialmente os mais pobres, viam em Caitríona um anjo, que em pouco tempo ajudou os mais pobres a ter comida na mesa por meio do trabalho, e ainda possibilitou para muitos um futuro digno para os filhos.
A mobilidade que a própria Caitríona ansiava – ainda em sua ilusão de freira – era complexa e difícil, considerando que o destino de muitos dos filhos de colonos era seguir o mesmo destino dos pais. Porém, no íntimo, a duquesa esperava mudança. Um caminho novo. Que algum daqueles meninos e meninas se tornasse um rapaz ou moça que advogasse, lecionasse, que eles proporcionassem aos pais e irmãos mais novos uma vida melhor, um futuro diferente do que parecia marcado neles por séculos e séculos.
- Sabes que é uma perspectiva difícil, Caitríona...
Ferguson tentava animar a esposa, mesmo sendo realista. Quem nascera entre os plebeus tinha dificuldade, mais precisamente uma impossibilidade, de se aproximar de um baronato, por exemplo.
- Compreendo, mas... Podemos... Ajudar, de alguma forma? Um jovem que queira dar aulas, uma senhorita interessada em ensinar...?
- Qual o teu plano, Kat?
A jovem acompanhava o marido, que acabara de voltar de um treinamento com espadas ao lado de Patrick. Ferguson, mesmo cansado e suado, com a camisa amassada e a calça de couro suja, não se furtou a estar perto da esposa, a face do recato e da inocência, mesmo o duque sabendo que os segredos de alcova indicavam uma mulher vibrante e sensual.
- Poderíamos... Ajudar, não sei... As crianças que tiverem as melhores notas, Ferguson, abriríamos uma conta, um fundo, que as ajudassem no futuro com uma boa escola, uma boa universidade! Crês que é muito... Ilusório? Uma quimera?
O duque sorriu. Uma das razões as quais jamais deixaria de se encantar pela esposa era o fato de Kat manter o olhar pelo outro, o carinho e a vocação de servir, mesmo dentro do mundo secular, envolvida pelo conforto e os privilégios de ser Lady Cumberland.

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A Tentação
Lãng mạnIrmã Catalina vive no México, no claustro. Entre a rotina dos cuidados com outras freiras e a alimentação dos mais necessitados, o futuro da religiosa parece definido: servir a Deus e ajudar os pobres. Um dia, a jovem recebe uma carta de seu padrin...