Chapter One: Wake Up From Your Dreams

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...

Foi quase dilacerador quando Louis acordou.

Novamente, ele havia sonhado com pessoas que se pareciam com ele, com sua família, e desconhecidos, que ele nunca havia visto. Novamente, ele acordara sofrendo por pessoas que sequer conhecia.

Seus sonhos estavam quase o destruindo.

Ele olhou em volta, encontrando apenas seu quarto vazio e silencioso, como normalmente era. Sentia seu coração acelerado e apertado, precisando passar um tempo quietinho e em silêncio, respirando fundo para tentar recuperar seu fôlego e acalmar seu próprio coração, frágil no momento.

Odiava esses momentos, onde ele não podia controlar seus pensamentos e seus sentimentos. Era como se ele fosse outra pessoa, e não tivesse nenhum controle sobre si mesmo. A sensação o queimava por dentro, e o cansava por fora.

Ainda existe uma linha tênue entre o que ele sabe ser a realidade e o que ele imagina ser seu sonho totalmente vívido em sua cabeça, quase um pesadelo, tirando pelas partes boas que infelizmente duraram muito pouco. Louis demorou um pouco para perceber que estava chorando, e que suas lágrimas molhavam seu rosto conforme caíam de seus olhos com velocidade. Se sentia um pouco idiota agora.

Se levantou um pouco tonto, a realidade o tomando novamente. Ele precisou fazer um esforço para colocar em sua cabeça que ele estava solteiro, que ele não tinha um filho, e que não existia nenhum Ed, e havia sido tudo apenas fruto de um sonho, que ele já estava acostumado a ter. Ele não tinha uma família como aquela, estava sozinho e tudo havia sido apenas sua imaginação, que unida ao seu subconsciente — que secretamente implorava que fosse tudo verdade —, o fez idealizar uma vida perfeita.

Que não existia.

Nada naquela vida era real. Era tudo parte de uma fantasia.

Segurou-se nos móveis e nas paredes, arrependendo-se de ter levantado, por estar um pouco desorientado. Caminhou a passos lentos até o banheiro, se sentindo, outra vez, um idiota por toda aquela rotina demorada. Lavou o rosto rapidamente, aproveitando para escovar seus dentes. Não importava o horário — ele sequer se lembrava que dia era —, já que não conseguiria voltar a dormir.

Depois de praticar toda sua rotina matinal, ele voltou ao seu quarto, indo em direção a sua cama para arrumá-la. Ajeitou os lençóis e os travesseiros, decidindo sair logo dali para não pensar muito no sonho que havia tido.

Isso era comum, pelo menos atualmente. Ele tinha aqueles sonhos desde os dezesseis anos, ou um pouco antes disso. Sempre teve sua mente o idealizando mais velho, em um romance com um cara alto, bonito e de belos olhos verdes, com quem ele tinha um filho chamado Benjamin, que era carinhosamente apelidado de Ben, e aparentemente, muito amado por ele. Todos os dias, quando acordava, sentia que seus dias não valiam a pena e que havia algo de errado com ele, já que desde os dezesseis anos ele tinha aqueles sonhos, e até então não havia conseguido encontrar o tal Ed, e nem conhecer o pequeno Ben.

Devia ter algo errado. E, ao final de cada sonho, menos ele tinha esperança.

Ele amava seus sonhos tanto quanto os odiava. Sempre que acordava, sentia-se mais confuso.

Demorou um pouco para se acostumar com aquilo. Era estranho sempre sonhar com as mesmas pessoas, em situações diferentes, quase sempre com um final triste ou trágico. No entanto, ele aprendeu a lidar com o que sentia, descontando tudo no papel.

Para tentar obter algum conforto, mesmo que passageiro, ele começou a desenhar os fragmentos do que conseguia se lembrar dos sonhos. Desenhava sorrisos, olhares e as paisagens, adquirindo mais prática conforme o tempo ia se passando. Foi mais fácil terminar um perfil para Ed, e agora ele meio que esperava encontrar aquele rosto em algum lugar na rua ou algo assim.

it's just a dream || l.s. mpreg!louisOnde histórias criam vida. Descubra agora