Chapter Two: Green Eyes

1.4K 161 110
                                    

...

 Talvez você devesse procurar um psicólogo!

Era terça-feira, exatamente às dez e meia da noite, e Louis havia chegado em casa cansado e dolorido. Suas pernas doíam por ter, novamente, andado o dia todo de casa para a faculdade, da faculdade para o trabalho, e do trabalho pra casa. Sua mente estava exausta, mas ele estava mais distraído dos seus problemas com os sonhos que sua mente inconveniente havia criado.

No entanto, a ligação de sua mãe — que deveria ser calma e tranquila, apenas para matar a saudade —, fez com que toda sua pequena e frágil paz fosse pelos ares.

Sua mãe estava preocupada com ele, porque após tantos anos, ele continuava tendo aqueles sonhos e sofrendo com isso. Não era "normal", mas também não o fazia louco ou qualquer coisa assim. Ainda assim, ele compreendia que era esse o pensamento de sua mãe, e apenas por isso é que ela estava lhe passando tantos números de psicólogos nos últimos meses, porque ela era a única a saber dos sonhos, e a única a achar aquilo uma grande loucura criada na cabeça de Louis.

Tudo bem, parte dele pensava algo parecido, mas a abordagem de sua mãe era agressiva demais para ele.

Talvez por isso ele não arriscasse contar para mais ninguém.

Como pessoa, Louis entende que talvez ele realmente tenha um problema, mas como filho, ele apenas gostaria que sua mãe o entendesse e apoiasse, não o nomeasse como louco ou como alguém problemático. Afinal, como ele poderia controlar aquilo?

Se pudesse parar aqueles sonhos, mesmo preferindo aquela vida, ele teria parado. Odiava sentir tudo que os personagens de sua mente sentiam, e odiava acordar se sentindo ainda pior. É claro que, se ele pudesse escolher, pararia com aqueles malditos sonhos.

Talvez ele precisasse mesmo de um psicólogo, mas para conversar sobre o fato de não conseguir manter nenhum relacionamento e não ter amigos. Isso deveria dizer mais sobre ele que sonhos estranhamente específicos e precisos. Talvez até mesmo o ajudasse a entender toda essa situação e lhe desse alguma solução para ele. Quem sabe, talvez até mesmo fossem assuntos relacionados, sua falta de socialização e seus sonhos fantasiosos.

— Não acho que seja uma grande prioridade no momento, mãe. — Ele suspirou, enquanto colocava água para ferver no fogão, no intuito de poder preparar e comer um macarrão instantâneo, já que estava cansado demais para fazer uma comida decente e saudável. Ele normalmente não tinha muita disposição ou vontade para ficar na cozinha e preparar uma refeição correta para a saúde dele. — Você não precisa ficar se preocupando tanto, foi apenas outro sonho idiota.

Outro sonho com pessoas que não existem, sobre uma vida que obviamente não é sua — ela rebateu, suspirando do outro lado.

Louis bufou, revirando os olhos já que ela não podia ver.

— Eu realmente gostaria de ter uma conversa decente com você, mamãe — Louis disse devagar, medindo o peso de suas palavras. Ele não gostava de confrontos, principalmente com sua mãe. — Mas, realmente não dá se você só me liga para questionar sobre a minha sanidade.

Não estou dizendo que te acho louco, filho.

— Mas está pensando nisso agora.

Houve um silêncio, que se estabeleceu por alguns minutos, então Louis concluiu que ela sabia que era a verdade.

— Eu estou cansado agora, com muito sono e fome, então vou desligar — Louis suspirou, despejando o conteúdo do pacote na água fervente. — Eu te ligo amanhã, para falar sobre qualquer coisa que não seja relacionada aos meus sonhos.

it's just a dream || l.s. mpreg!louisOnde histórias criam vida. Descubra agora