Capítulo 33 - Testando A Paciência

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Kara ON

Toco a campainha e em menos de dois segundos a porta é aberta.

Samantha: Kara? Que surpresa! - Minha cunhada me abraça apertado, se afasta e acaricia minha barriga. - Caraca, já está enorme. Quantos meses?

Kara: Vou fazer seis meses daqui três semanas. - Sorrio lhe dando a informação e ao mesmo tempo me lembrando que faltava pouco para ver minha filha em meus braços. - Alex?

Samantha: Lá em cima, mas entra. - Ela se afasta da porta me dando espaço para entrar. Vou direto com ela até a cozinha. - Acabei de preparar panquecas e comprei calda. Aceita?

Kara: Eu acho que eu fiquei com a amiga errada. - Ambas damos uma gargalhada com a piada. - Brincadeiras à parte eu não posso reclamar, mês passado eu tive desejo de bolo de chocolate e morangos as três da manhã e ela rodou toda National City até trazer os dois. - Suspiro e me recordo o porquê de ter vindo aqui. - Mas eu vim aqui para falar com Alex de um assunto sério.

Samantha: Se for o negócio da Lilian, ela já levou um esporro de minha parte cunhadinha. - Ergo a sobrancelha curiosa. - Ela chegou aqui em casa transtornada e falou o que fez. Na mesma hora eu perguntei se ela estava ficando louca de tirar aquelas conclusões sem saber da história completa.

Kara: Minha raiva é que Lilian estava desabafando com ela e isso não era o menor motivo para escândalo. Lena ficou furiosa, e aquela pulga de desconfianças que ela tinha da mãe só aumentou. - Coloco um pedaço da panqueca na poça, mastigo e tomo um pouco do suco para engolir e contínuo o assunto. - Lilian teve febre ontem e ela me ligou e não parecia se arrepender do que tinha feito.

Samantha: Até parece que não conhece sua irmã Kah. Eu a amo muito mais... ela é teimosa, cabeça dura e MUITO orgulhosa. Parece que eu que sou casada com uma Luthor e não você. - Sorrio. - Aí desculpa, casada não... eu nem sei o que vocês tão depois de tudo isso.

Kara: Estamos namorando, como desde o início. Por mais que ela queira casar depois de o bebê nascer. - Termino o suco, ouvimos um barulho na escada. Alex estava parada com cara de sono e olhando para nós duas. Eu fico completamente calada e o ambiente ficou no silêncio com apenas os passarinhos fazendo barulho do lado de fora do jardim.

Alex: Kara? Já veio brigar? - O tom de deboche me deixa irritada, mais do que eu já estava.

Samantha: Alex. - Samantha diz em um tom de aviso, como se ela pedisse para ir com calma. - Lembra do esporro de ontem? Dormir no quarto de hóspedes não bastou? - Eu seguro meu riso, sempre soube que minha cunhada era a mulher que comandava a relação. - Conversem, sem brigar e sem se matarem, lembre-se que seu sobrinho está protegido dentro dela. - Samantha chega perto de mim, beija o topo de minha cabeça e depois faz o mesmo com Alex.

Eu e minha irmã ficamos nos olhando durante uns cinco minutos. O clima estava pesado e eu sentia isso, e tenho certeza que ela também estava sentindo.

Eu e Alex sempre tivemos uma relação maravilhosa. No começo nos odiávamos e depois ficamos inseparáveis, como unha e carne. E depois que aconteceu toda aquela história de eles terem que apagar a memória para proteger minha identidade, foi ali que eu dei mais valor a ela. Quase morrer e ver que ela tinha se lembrado podia ter sido meu último suspiro.

Agora essa Alex que acusa e aponta dedo eu nunca conheci. E nunca vou aceitar.

Kara: Não vou ficar de rodeio. - Me pronuncio e respiro fundo. - Eu não apoio em nada o que você fez ontem. Eu não ouvi toda conversa, eu não posso tirar conclusões, mas você fez isso sem nem mesmo deixar Lilian se defender. Ela está se recuperando, está presa a uma cadeira de rodas sabe-se lá até quando e isso mexeu com o psicológico dela de uma maneira que você não pode imaginar. Pelo que eu entendi, ela se abriu com você. E a dona da razão foi lá e fez o que? Gritou para meio mundo que Lilian tinha matado a mãe da Lena.

Alex: Foi praticamente o que ela disse! Que era responsável pela morte da Lena, e eu não podia ficar calada perante a isso. Talvez minha reação pudesse ter sido um pouco menos explosiva, mas eu não me arrependo e não vou me arrepender de ter tirado uma conclusão que para mim continua correta. - Eu já estava ficando sem paciência.

Kara: Alex, você está se escutando? Porque essa não é a minha irmã. A pessoa que sempre esteve do meu lado, apagou a própria memória para me defender. Onde está a justa e justiceira diretora do DOE que sempre foi imparcial e ouvia os dois lados? - Ela iria falar algo mais eu a interrompo na mesma hora. - Lilian ontem estava com trinta e nove de febre. TRINTA E NOVE Alex, ela ficou mais abalada emocionalmente do que já estava. Você terminou de foder com o psicológico dela.

Alex: Tudo fingimento! Duvido que ela esteja tão sentimental assim.

Kara: Alex... você já está acabando com o resto de paciência que eu tenho com você. Por acaso a senhora rainha do próprio umbigo sabe como é ficar em uma cadeira de rodas? Sabe como é ter que depender de terceiros para tomar banho, se trocar e até mesmo mudar a posição na cama. - Eu já estava nervosa e meu tom de voz era alto, mas não ao ponto de gritar. - Você sabe como é ficar em coma e depois descobrir que talvez possa não mais andar, e que se isso acontecer será daqui três ou quatro anos? Sabe como é ver a filha te julgar e apontar o dedo por uma coisa que você não fez? Porque, pelo que eu saiba, a Ruby não faz isso com você.

Alex: Eu sempre falei para você que os Luthors não prestavam, sempre falei para se afastar pois eles iam te prejudicar. - Ela também eleva o tom de voz, mas quase gritando comigo. Eu definitivamente não conhecia aquela Alex em minha frente. - Eu sempre disse que os Luthors eram um perigo para o mundo, e você foi lá e se aproximou de Lena. Depois disso todos os seus problemas começaram, principalmente por causa de Lilian Luthor. Então eu digo e repito, ela é uma assassina, não duvido nada que tenha haver com a morte da mãe da Lena, exatamente por causa disso, ela é uma Luthor, e os Luthors nasceram para serem monstros! - Eu não sei quando que isso se passou, mas em câmera lenta eu consegui com toda minha raiva dar um tapa na cara de Alex. E enquanto seu rosto ainda estava virado com a mão passando pela bochecha foi que eu vi que o monstro poderia ser outra pessoa.

Kara: Está querendo dizer que minha filha vai ser um monstro? - Dessa vez ela me olha assustada, creio que só agora ela sentiu o peso que aquelas palavras causaram. - Minha filha vai ter que sentir vergonha do próprio sobrenome ou mesmo vai virar uma assassina por ser uma Luthor? Entenda de uma vez por todas que o que Lex e Lilian fizeram não se aplicam aos outros! Ninguém merece ser julgado e condenado por uma pessoa que também já errou muito, e principalmente a pessoa que tinha medo de ser julgada. Se eu me recordo bem, gostar de mulher também era uma monstruosidade para você. E olhe só que ironia, você é casada com uma mulher maravilhosa que é MELHOR AMIGA DE UMA LUTHOR! Você vai ser TIA DE UM LUTHOR! Você vai ter uma irmã com O SOBRENOME LUTHOR, então não me venha com esse discurso absurdo que está falando, pois você não é assim. Essa Alex é muito da diferente da que cresceu comigo e eu não vou lutar para que você mude de opinião, mas até você ter outra postura, está terminantemente proibida de se relacionar comigo ou com Lena ou mesmo com qualquer pessoa da FAMÍLIA LUTHOR. - Pego minha bolsa e vou em direção a porta. - E isso também vale para minhas filhas. - Digo simplesmente e saio da casa de minha irmã. Meus nervos à flor da pele, enquanto minhas mãos tremiam e as lágrimas queriam cair mas eu não queria chorar por isso.
Meu celular começa a tocar e demoro para atender pois minha cabeça estava atordoada, eu nem olhei quem estava ligando, apenas atendi. - Kara Danvers.

Lena: Kara pelo amor de deus... eu preciso de v-você. - A voz sofrida e angustiada de Lena ecoou do outro lado da linha. Meus sentidos entraram em alerta, concentrei minha audição para focar na batida de seu coração e ouço ele rápido, batendo desesperado.

Kara: O que aconteceu? - Pergunto preocupada e já entrando no banco do motorista colocando a chave na ignição. - Lena o que aconteceu? Foi algo com a Tess?

Lena: Minha mãe tentou se matar.

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Eita porra que esse terminou emocionante. Rapaz que vão ser muitas emoções nesses caps que veem por aí.

Parece que alguém ama a Lena não é meismo? E parece que alguém ama a Kara.

Beijos, e até o próximo cap.

Uma Segunda Chance Para o AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora