A Irmãzinha Do Meu Melhor Amigo - PARTE 2

Melhor

EMILY

A música em meus ouvidos é alta e parece que as bebidas no bar tremem com a batida, por isso agarro meu copo.

Leslie era fã de carteirinha do bar, então ela conhecia todos e todas as bebidas, por isso estava bebendo sossegada.

Não sentia mais o gosto de nada, nem a minha garganta ardia depois de tomar um gole grande, isso queria dizer que a bebida já estava de bom tamanho.

Me viro no banquinho meio zonza e vejo Leslie beijando Charlie na pista de dança, era um beijo bem quente.

-Mais uma.- bato na bancada e o barmen sorri.

Ele enche o copo com aquela mistura e eu seguro o canudo, bebo como se fosse água e não ligo se já bebi demais.

Deito a cabeça no punho e vou bebendo, olho para o lado e começo a rir, não sei o que é pior, o álcool no meu corpo é maior que a água.

Matthew olha para mim e começa a vir na minha direção, eu pego minha bolsa e o casaco e tento sair de fininho pelo outro lado do bar.

Parece que minhas pernas estão dormentes e não consigo andar direito, respiro fundo e tento parar de rir enquanto seguro na parede.

-Se divertindo?- Matthew chega atrás de mim.

-Você está me seguindo.- viro cambaleando.

-E você está bêbada demais.- ele percebe.

-Eu não.- falo com a voz fina.

-Veio com alguém?- ele procura ao redor.

-Sim, mas eu vou voltar de táxi.- aponto para a porta.

-De táxi?- ele levanta as sobrancelhas.- Eu vou deixar você...

-Não, você é um perigo para mim!- começo a ir embora.

-Emily...- ele continua me seguindo.- Você vai acabar...

Ele segura meu braço antes de eu cair, Matthew me aproxima dele e me encosta na parede, observo seus olhos.

Sempre admirei o verde dos olhos dele, mas nessa escuridão não dava para ver nada, e agora eu queria muito ver os olhos dele.

-Olha, eu vou deixar você e vou embora.- ele explica.- Combinado?

-Combinado.- minha fala fica enrolada.

-Ok.- ele começa a me levar para a saída.

Comprimo os lábios e sinto o frio da noite batendo no meu corpo, me abraço e ele toca minha lombar enquanto vamos até o carro dele.

Ele abre a porta do carro e entro com cuidado, ele se aproxima e puxa meu cinto, lembro de quando saímos.

Ele sempre deixava eu beber mais e sempre cuidava de mim, deito a cabeça e ele fecha o cinto.

Matthew abaixa a cabeça e franze as sobrancelhas, ele parece bem confuso, parece estar com dor.

-Matthew...- começo a ficar preocupada.- Você está bem? Ei...

-Eu...- ele levanta a cabeça.- Não se preocupe, eu estou bem.

-Não, o que foi?- seguro o braço dele.

Ele não fala nada, invés disso segura meu queixo e fico paralisada, Matthew beija minha bochecha, depois a outra, depois a ponta do meu nariz.

Pisco confusa, era a mesma coisa que ele fazia quando terminava de colocar meu cinto, não consigo falar...

Ele percebe isso e fecha a porta do meu lado, seguro o cinto e encaro o mesmo canto que ele estava há segundos atrás.

Mordo meu lábio e ele entra, logo depois da a partida e começamos a andar, passo a mão pelo rosto.