Capítulo 14

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Marcos Dias

Cabeça tava a mil, não conseguia pregar o olho desde terça-feira e já era quinta.

Mesmo dia que tive mo treta com meus pais fui cobrado daquele caralho de dúvida, mil reais virou nove mil e eu não quero nem discutir muito pra não aumentar.

Posso parecer mão de vaca pra caralho, mas por mais que eu meus pais pareçam esses bestinhas todos na mídia, pra colocar dinheiro na minha mão é um trampo desgraçado, isso desde que decidi que não iria trabalhar na agência.

Meu pai é dono da agência de modelo Excalibur e minha mãe a fotógrafa da e dona de 50% de uma filial ai da França, não entendo nada dessa porra e não tenho a minima vontade.

Meu foco é totalmente outro e eles não entendem, então é ou eu consigo o meu com a Internet ou eu me fodo.

Sou digital influencer desde os 18 anos, 3 anos já e por mais que eu seja bem conhecido o ganho disso é mais ligado a permuta ou seja, roupas, comidas, presença vip em evento, viagens, uma quantia tal pra fazer divulgação

Mas nunca não cinco mil setecentos e cinquenta de um dia pro outro pra pagar divida de droga comprada na Rocinha.

Eu não usava isso, na real, nada além de álcool e um baseado. Mas desde o meu último término venho pensando tão pouco e fazendo tanta merda que nem eu tô me reconhecendo mais.

: Marcos, eu estou falando com você! -olhei pra frente e vi minha mãe na outra ponta da mesa.- que droga, você só vive aéreo assim agora? o que ta acontecendo?

Marcos: nada demais mãe, relaxa. -passei a mão no rosto e olhei pra ela novamente.

Claudia: me diz o que é, eu tento te ajudar, aproveita que seu pai não esta aqui e fala logo. -ela levou a taça de suco até a boca e continuei calado.-

Ela estava certa, tinha que aproveitar a ausência do meu pai ao meu favor mais uma vez.

Marcos: ah mãe, cê não vai entender...

Claudia: se você não me falar é claro que não vou.

Marcos: eu fiz um merda grande quando eu tava bebado.

Claudia: meu Deus do céu, Marcos. Fala logo! o que é? parece que matou alguém.

Marcos: é tipo assim, a gente tava na festa e pá e na saida eu acabei indo com uns colegas pro carro, so que o mais perto se sóbrio era eu.

Claudia: meu Deus, dirigindo bêbado... -colocou a mão no rosto e balançou a cabeça negando.

Marcos: resumindo, eu meio que bati a lateral da Bmw de um colega meu em um poste, amassou a lateral inteiro e eu assumi a responsabilidade.

Claudia: você poderia ter se machucado seu irresponsável.

Marcos: Mãe, eu era uma bmw, o concerto é seis mil reais.

Claudia: isso é o de menos Marcos, eu ainda não acredito que você bateu o carro desse jeito.

Agora era a parte mais chata o sermão, mas daqui a pouco é o dinheiro na minha conta, sem nem questionar, até porque ela não entende nada de carros e não vai falar sobre isso com o meu pai.

Foi na RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora