Capítulo 17

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Marcos.

Ver aquela mulher na minha frente me fez até fica tonto, já tinha me conformado que não iria ver ela tão cedo depois de tantas ligações recusadas nesses últimos 3 meses.

Marcos: caralho preta... que saudade eu tava de você. -disse com um sorriso no rosto.

Lais: eu só vim aqui pra você me dizer que caralho quer comigo, eu não tenho um dia de paz desde que a gente terminou. que porra você quer falar comigo que até de número restrito deu pra me ligar? -dava pra ver a negação que ela sentia ao olhar pra mim pela sua feição.

Doi pra porra saber que eu consegui despertar ódio em uma pessoa tão doce e gentil como a Lais...

Marcos: entra ai -dei espaço e ela continuo no mesmo lugar parada me olhando com aquele olhar que chegava a doer.- por favor, preta.

Ela respirou fundo e logo entrou, ficando parada do lado do sofá de braços cruzados olhando pra mim enquanto fechava a porta.

Lais: você já pode começar a falar.

Marcos: Lai, eu não sou nada sem você não, você tava me ajudando a me recuperar de tudo isso, me ajudando a sair dessa vida, me livrar desses problemas. Porra... -ela deu uma risada irônica e balançou a cabeça negando.

Lais: Marcos, olha pra mim. -segurou meu rosto.- olha bem nos meus olhos, você acha que eu sou o que? centro de reabilitação ou manicômio? tentei de ajudar por vontade própria, mas você passou da porra do limite! -ela alterou a voz e soltou meu rosto.

Marcos: eu não queria ter feito aquilo, você sabe disso -ela arqueou a sobrancelha me olhando e logo me interrompeu.

Lais: a não? então foi sem querer? a loirinha lá escorregou e caiu com a buceta em cima do seu pau? -suas mão foram até seu cintura e seu olhos ainda estavam colados em mim.- você tropeçou e caiu com o nariz em uma fileira de pó? me diz porra, sua mão escorregou e por um acaso colou no meu rosto?

Marcos: Lai...

Lais: Lai o caralho! -gritou e levou seu dedo até a frente do meu rosto.- pare de ser sinico, moleque. se você soubesse a vontade que eu tô de quebrar essa sua cara você me deixava em paz, sabia? sua sorte é que minha mãe me ensinou que não devo levantar a mão a ninguém, ao menos que seja o último caso. e se o que eu disse não ficou claro, vou dizer de melhor, uma mulher pedindo pra terminar um relacionamento depois de descubrir que foi traida não se encaixa no ultimo caso! -ela abaixou o dedo que estava direcionado ao meu rosto e já ia passando por mim em direção a porta.

Marcos: você sabe que não era minha intenção aquilo, eu tava louco por conta daquela desgraça de cocaína. -puxei ela pra mais perto de mim pelo braço e mesma me empurrou.- Lais, eu nunca faria nada pra te afastar de mim, o que aconteceu aquela noite não fui eu, tanto a garota lá que eu nem o nome sei, quanto o tapa que dei em você.

Os olhos delas estavam vermelhos e algumas lagrimas caiam, me doia ver ela assim.

Lais: você fala que estava "louco por conta daquela desgraça" -fez aspas com as mãos.- como se fosse amenizar alguma coisa. Marcos, eu passei um ano com você, foi um ano fazendo de tudo pra te afastar dessa maldita droga, pra na primeira recaída você além de me trair meter a mão na minha cara.

Marcos: volta pra mim, por favor... eu prometo mudar por você! eu te amo demais preta.

Lais: parece que você não ta entendendo o que ta acontecendo aqui, né? Marcos, eu vim aqui pedir pra você me deixar em paz, me deixar viver a porra da minha vida e viver a sua. eu quero distância de você, não me liga mais, estou te implorando. ninguém nunca me fez tão mal em 18 anos como fez em um ano. torço pra você melhorar e encontrar alguém que te ame tanto quanto eu te amei até aquele dia. -ela puxou o braço da minha mãos.- hoje eu sinto nojo de você Marcos, repulsa!

Não sei o que me doeu mais, as palavras dela ou ver ela passando por aquela porta sabendo que não iria voltar mais.

Eu amo aquela garota, mais do qualquer outra pessoa. Sei que vacilei, mas não foi culpa minha, nunca faria algo como aquilo...

Foi na RocinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora