Emilly Melissa.
Tava deitadinha, tranquila, como já tinha combinado com o Bruno essa semana era ele na cozinha ou comprando comida pra gente. eu e a Lou também merecemos um folga, né?
Falando nela tinha acabado de chegar, passou aqui na sala rapidinho, me deu um beijo e foi tomar banho.
Bichinha tava toda tristinha de manhã por preocupação com o irmão.
Esses dois são engraçados, quando tão juntos é uma implicância enorme e quando tão longe fica os dois agoniados.
A porta de casa abriu mais uma vez e logo ouvi a voz do Bruno falando com alguém lá fora. minutinhos depois a porta se fechou e ele entrou cantando.
Maquiny: Louise chegou, amor?
Emily: tá tomando banho lá em cima. -ele colocou umas sacolas em cima da mesa e veio na minha direção.
Maquiny: almoço já tá ai, só falta ela. -tirou a camisa do ombro, a arma da cintura e o radinho do bolso junto com a chave da moto, colocando tudo em cima da bancada da sala e se deitou por cima de mim.- tem estágio hoje não?
Emily: vê se não deixa essas coisas no meio da minha sala. e respondendo sua pergunta, não, só segunda. -me ajeitei no sofá e abracei o pescoço dele.- vai pro baba hoje? -ele balançou a cabeça concordando.- bom que me paga um açai.
Maquiny: mas agora vou comer e descansar, faz uma massagem? - começou a beijar meu pescoço e eu murmurei um "uhum".
: olha vocês vão se comer lá em cima, ein? aqui não! -soou a voz vindo da direção da escada.
Emily: fala assim porque não tem ninguém pra ficar assim contigo.
Maquiny: e não vai ter tão cedo! -disse se levantando de cima de mim e ela deu uma risada sarcástica passando pra cozinha.- ta me tirando Louise?
Louise: eu falei alguma coisa? te manca, euein.
Emily: vamo comer vamo. -empurrei ele de cima de mim e me levantei indo em direção a mesa da cozinha.
Nós sentamos pra comer e começamos a falar sobre coisas aleatórias, fofocas aqui da favela, colégio da Lou e etc.
Quando terminamos ajudei o Bruno com a louça e logo depois seguimos pro quarto.
Emily: tem mais nada pra fazer lá em cima não?
Maquiny: nem preta. -disse tirando a camisa.- Nobre me liberou hoje por conta do final de semana passado que eu não dormi em casa.
Emily: graças a Deus vou ter meu homem pra mim! -levantei as mãos e ele riu me olhando.- não aguento mais te dividir com o Nobre, juro.
Maquiny: é meu trabalho, né Mel? tem que aturar.
Emily: deixa esse assunto pra lá. vem, deita aqui.
Conheço o Bruno desde que cheguei aqui, com oito anos. ele viu meu pai me abandonar, vi ele chorar varias vezes por a mãe dele ter feito o mesmo com ele um pouco antes, passou apertos com minha mãe porque ela não queria aceitar nosso relacionamento por nos considerar como irmãos, cuidou de mim ano passado quando eu perdi ela, me ajudou anos atrás quando eu cismei que queria encontrar meu pai, etc.
E hoje, depois de tudo isso temos três anos oficialmente namorando.
Ele nunca seguiu o melhor caminho, por necessidade, eu entendo. mas essa é a maior complicação da nossa relação.
Conheci ele com doze anos e com quinze ele entrou pro tráfico como aviãozinho, com dezessete já era um peça importante lá dentro.
Quando percebeu minha preocupação e a situação do Bruno minha mãe me pediu pra me afastar dele, mas eu bobinha sempre fui apaixonada, lutei contra isso e chegou um momento que ela percebeu que não, não éramos irmãos e eu não iria desistir dele por conta da profissão.
hoje, com 18 anos ainda tenho a mesma preocupação. É complicado, ter medo de perder ele a qualquer momento, mas é algo que venho me acostumando.
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Foi na Rocinha
Romance📍Rocinha, RJ. " 'Cês não são meu sangue, mas fizeram bem mais do que quem realmente era! Em forma da minha gratidão sou capaz de dar minha vida por vocês, 'tendeu? Enquanto eu estiver de pé vou ser por nós e pelo nosso, sempre. Vou derrubar cada um...