Steve Rogers tinha voltado ao hospital para recolher a pen que Nick Fury lhe tinha entregue antes de morrer, numa tentativa de proteger essa informação ele tinha-a deixado numa máquina de snacks atrás de pastilhas elásticas, apenas para descobrir que Natasha se tinha antecipado e estava agora na posse do pequeno aparelho. Os dois envolveram-se numa baixa discussão, longe dos olhares de quem passava, sobre o conteúdo do eletrónico.
- Eu sei quem matou o Fury. – Natasha atirou no meio da discussão. – A maior parte das Agências não acreditam que ele existe. As que acreditam chamam-lhe o Soldado de Inverno. É responsável por duas dúzias de assassinatos, nos últimos 50 anos.
- Ou seja, é um fantasma. – Steve concluiu.
- Há 5 anos, estava a acompanhar um engenheiro nuclear para fora do Irão, quando alguém disparou contra os meus pneus, perto de Odessa. Perdemos o controle, caímos de um penhasco. Consegui retirar-nos dos destroços, mas o Soldado de Inverno estava lá. Tentei protegê-lo, mas ele disparou contra ele...através de mim. – Ela levantou a camisola mostrando uma feia cicatriz na zona da anca. – Projétil Soviético. Sem estrias. Adeus bikinis. – Terminou com uma piada de maneira a aligeirar o ambiente entre os dois.
- Pois, aposto que agora não te ficam nada bem. – Brincou Rogers. – E a rapariga?
- 1949, um acampamento do exército Israelita dizimado, 54 mortes confirmadas. O único sobrevivente afirmou que tinha encontrado uma criança com cerca de 6 anos de idade, uma menina, a vaguear no exterior da área delimitada. Estava tão maltratada que o soldado, com pena, a levou para o interior da tenda onde serviam as refeições. – Deixou que o ar saísse pelo nariz. – Ele assegurou que foi ela quem matou todo o exército sem sair da tenda onde se encontrava, quase como se uma explosão silenciosa de energia tivesse percorrido todo o acampamento. Ouviu os seus companheiros soltar gritos agoniantes enquanto ouvia todos os ossos dos seus corpos quebrarem à medida que a energia chegava a eles. Não conseguiu explicar porque é que a criança o tinha poupado, safando-se apenas com um braço partido. Ninguém acreditou nele. Foi encontrado dois anos depois, em casa, enforcado.
- Jesus. – Soltou Steve entre a respiração.
- Não há confirmação que esta mulher seja a mesma criança, afinal já se passaram 65 anos, mas se existe um super soldado confirmado há mais de 50 anos, não me admirava que existisse outro. – Natasha encolheu os ombros. – Ir atrás deles não vai adiantar em nada. Sei disso, já tentei. Como disseste, são fantasmas. – Empunhou a pen, que tinha guardada, no ar.
- Vamos descobrir o que os fantasmas querem. – Respondeu Rogers enquanto agarrava no pequeno eletrónico.
***
Alexander Pierce caminhava tranquilamente pela sua casa, entrou na cozinha sem se preocupar em ligar a luz, afinal a divisão estava parcialmente iluminada pela luminosidade do corredor e dos leds da banca, a sua empregada doméstica vestia o casaco e colocava os seus pertences na carteira, preparava-se para dar por encerrado mais um dia de trabalho. Abriu o frigorífico e retirou o pacote de leite, quando se virou para pousar o pacote na bancada da ilha sobressaltou-se com os dois vultos que se encontravam na penumbra. O Soldado de Inverno estava sentado numa cadeira à mesa dos pequenos almoços, o braço metálico pousado em cima da mesa assim como a sua pistola, fitava Pierce com intensidade, Ray estava atrás dele, encostada à ombreira da porta de vidro que dava acesso ao jardim da casa, braços cruzados e a perna direita dobrada com o pé apoiado na parede de pedra decorativa, fitava a lua alta. Rumlow tinha-o informado que os dois se encontravam a caminho e por qualquer razão ingénua ele esperava que lhe tocassem à campainha e entrassem pela porta da frente, sentiu-se tolo por ter tido aquele pensamento. Fechou a porta do frigorífico atrás de si.
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Almas Nómadas
Fanfiction«James...Bucky! Ray encarava as mais altas patentes governamentais Americanas que aguardavam a sua resposta. Os pequenos movimentos corporais nas cadeiras, os dedos das mãos que agitavam as canetas ou batiam suavemente contra o tampo da imensa mesa...