10 - Confissões

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Não restavam dúvidas para Steve que alguém tinha incriminado Bucky para o encontrar e o tornar o Soldado de Inverno novamente. Saía do poço de elevador para onde tinha caído durante a luta com ele quando se deparou com um soldado, parado em pé junto à caixa de vidro que antes continha o seu amigo, vestido de preto igual aos tantos outros caídos, com um gorro enfiado na cabeça que apenas deixava os olhos à mostra, analisava o caos. O soldado das forças especiais virou-se na sua direção e imediatamente Rogers relaxou, ele conheceu aqueles olhos castanhos de formato felino mesmo antes de Ray retirar o gorro que lhe ocultava a identidade.

- Como é que isto aconteceu? – Ela caminhou na sua direção evitando pisar os soldados no chão.

- Alguém se infiltrou e se fez passar por psicólogo enviado pela ONU.

- Claramente não teve grande dificuldade em fazê-lo. – O seu tom era de dura crítica, o que indicava que também tinha sido fácil para ela. – Ele está ativo?

Steve acenou afirmativamente com a cabeça.

- Merda! – Disse entre dentes. – Sam?

- Penso que foi atrás do falso médico.

- Ok. – Ela pensou durante uns breves segundos. – Eu vou atrás de James, tenta encontrar o Sam.

- Não. – Contrapôs Steve. – Vocês os dois são alvos a abater. Eu vou atrás de Bucky e tu vês se o Sam precisa de ajuda. – Ela não gostava do plano, mas percebeu a sua lógica. – E Ray? Com cuidado, se eles te virem não vão fazer perguntas. – Olhou para o gorro na mão dela e Ray seguiu-lhe o olhar.

- Odeio esta coisa. – Enfiou novamente o tecido na cabeça e seguiram caminhos diferentes.

Sam Wilson encontrava-se no exterior do edifício com um casaco na mão, olhava em seu redor constatando que tinha perdido o médico no meio da multidão que fugia quando um polícia alemão apareceu ao seu lado e lhe apontou uma arma.

- Immer noch! (Quieto!) – Gritou na sua direção.

- Raios partam. – Soltou ele entre dentes enquanto deixava cair o casaco ao chão e levantava as mãos.

Um soldado das forças especiais saiu da porta e caminhou na sua direção também de arma em punho apontada na sua direção. Agarrou-lhe os braços e algemou-o. Sam soltou um trejeito de dor quando as algemas lhe morderam os pulsos.

- Ich werde mich von nun na darum kümmern. (Eu trato dele a partir de agora.) – Disse na direção do polícia, a voz baixa abafada pelo gorro que usava. Deu um encontrão nas costas de Wilson impulsionando-o para dentro do edifício. Quando cruzaram as portas outros dois soldados, com capacetes na cabeça apareceram.

- Wir bringen sie in ein zimmer im erdgeschoss. (Vamos levá-lo para uma sala lá em baixo.) – Disseram na direção do soldado que o tinha algemado e sentiu este soltar um suspiro irritado.

- Sorry leute (Desculpem rapazes) – agora que o soldado falava perto da sua orelha Sam apercebeu-se que a voz era feminina – aber ich habe andere plane! (mas tenho outros planos!)

Pontapeou a barriga do soldado da sua direita, ele dobrou-se sobre si com a dor, ela agarrou-lhe na cabeça e levou-a para baixo de encontro ao joelho direito que subia, ele caiu no chão agarrado ao nariz partido. O segundo soldado tirou uma arma e apontou-a a Ray, ela agarrou-lhe as mãos e apontou a arma para cima, o tiro foi disparado para o teto, levou o cotovelo ao maxilar do homem deixando-o atordoado, bateu duas vezes com os antebraços dele no seu joelho até que este deixou cair a arma, agachou-se e passou-lhe uma rasteira, rodou sobre o pé esquerdo, apoiou a mão esquerda no chão e com o calcanhar da bota bateu novamente no maxilar do soldado, deixando-o inconsciente, levantou-se num só gesto e encarou Sam, retirou o gorro que lhe tapava o rosto.

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