Almas Nómadas

22 - Fim do Mundo

A conversa entre Sam e James durou apenas uns minutos e Ray começava a achar que ele se tinha arrependido de não ter seguido Steve e os restantes para o interior do edifício. Embora o silêncio fosse confortável entre os antigos assassinos da Hydra, não o era de todo para o Falcão.

- Pelo menos ficaste em boa companhia. – Sam falou baixo enquanto seguia com o olhar duas mulheres da guarda de Wakanda que passavam por eles. Sorriu para James com um olhar sugestivo.

O comentário fez James elevar os cantos da boca e soltar um riso abafado. O seu olhar encontrou-se com o de Ray ao que ela o desviou rapidamente, no entanto, não rápido o suficiente, permitindo que ele detetasse algo de estranho neles.

- São todos muito prestáveis. – Respondeu ele a Sam.

Algo brilhante entrou na atmosfera e que prendeu a atenção dos três. Uma bola de fogo dirigia-se para o local onde se encontravam.

- Capitão, temos aqui um problema. – Sam alertou através do auricular.

Antes que a bola de fogo pudesse atingir o solo de Wakanda explodiu no ar, despedaçando-se contra um escudo invisível que protegia toda a cidade.

- Céus, adoro este sítio. – Comentou Bucky olhando para o céu.

- Não comecem já a celebrar. Vêm aí mais, fora da redoma. – Alertou Ray enquanto via mais bolas de fogo traçarem o céu. Estas caíram no solo com estrondo.

Todos se juntaram novamente, assim como um batalhão da guarda de Wakanda, e encaminharam-se em pequenos veículos voadores para mais perto do local da queda.

Ray aproximou-se de Steve, colocando-se ao seu lado.

- Agora não, Ray. – O semblante dele era carregado. Concentração, preocupação para com o que aí vinha e também compreensão pela proximidade da amiga.

- Steve...

- Eu sei. – Baixou o olhar durante um segundo antes dos seus olhos azuis encontrarem os castanhos. – A Wanda vai conseguir.

Ray conseguia perceber a dúvida no seu olhar, mas acima de tudo a esperança. Gostava de conseguir ter o otimismo do Capitão, mas a vida sempre lhe tinha provado que bons momentos e coisas boas não duram muito tempo, pelo menos no que lhe dizia respeito. Ainda assim, sorriu levemente e acenou uma vez com a cabeça. Esperava que Steve compreendesse que caso Wanda não conseguisse destruir a pedra da mente Ray teria que ser o alvo. E que estava tudo bem.

Saíram dos seus veículos quando chegaram à fronteira do escudo que protegia a cidade com o local onde, agora percebiam, naves alienígenas, iguais à nave de Edimburgo, tinham caído.

Colocaram-se estrategicamente no terreno, tal como um batalhão de guerra em frente ao inimigo, pronto a atacar. Steve posicionou-se no centro, seguido de Natasha, Bucky e Ray. A filha de Thanos que tinha atacado Ray na Escócia, assim como outro monstro, encontrava-se do outro lado do escudo invisível e testava-o com uma espada. Steve, T'Challa e Natasha aproximaram-se para falar com os intrusos.

- Cada vez são mais feios. – Ray fingiu estremecer ao lado de Bucky enquanto encarava o novo filho de Thanos. – Hey, lembras-te quando costumávamos gozar com o significado de heroísmo e do quererem salvar o mundo? – Bucky olhou-a de lado com um ar divertido. – Olha para nós agora! – Ela abriu os braços fazendo referência à situação que se encontravam.

- Isso foi quando eramos nós contra o mundo. – James tinha um sorriso nos lábios e Ray imitava-o. – Parece que foi à uma eternidade. – Ela assentiu pensativa, concordando com a ideia.

Com um gesto da espada da filha de Thanos as naves começaram a movimentarem-se, como se abrissem as suas portas gigantes. Steve, T'Challa e Nat regressaram aos seus lugares, ao lado de Bucky.